No próximo sábado, 27 de abril, Francisco vai receber o grande grupo na Sala Paulo VI em evento promovido pela Fundação ‘Età Grande’. O encontro “A carícia e o sorriso” vai reunir representantes das duas gerações na Sala Paulo VI para promover a pessoa idosa e o seu papel no mundo de hoje.
Por O São Paulo
Promover o diálogo entre as gerações e valorizar a terceira idade nas esferas social e cultural: esse é o objetivo do evento “A carícia e o sorriso” que, no próximo sábado, 27 de abril, na Sala Paulo VI, irá reunir 6 mil avós, idosos e netos com o Papa Francisco. O encontro, promovido pela Fundação Età Grande, que inspirada nos valores cristãos e evangélicos quer promover e garantir os direitos da pessoa idosa e os respectivos deveres da comunidade, foi apresentado na manhã de segunda-feira (22), na Sala de Imprensa da Santa Sé.
Redescobrir o patrimônio da terceira idade
Com a iniciativa, queremos dar uma nova visão da terceira idade, disse dom Vincenzo Paglia, presidente da Pontifícia Academia para a Vida, que não é um descarte, um fardo, mas um recurso, e não está desconectada de todas as outras idades da vida. Queremos começar por aqui, porque o patrimônio da terceira idade pode ser redescoberto, dando a palavra aos avós e netos, entre os quais existe uma harmonia especial, uma cumplicidade e uma dimensão afetiva que não existe entre as outras gerações.
Os idosos devem entender que ainda podem dar muito, acrescentou o prelado, explicando que, na Itália, por exemplo, há 14 milhões deles, mas para eles não há pensamento político, econômico, religioso ou cultural. E se o Papa, com um ciclo de 19 catequeses, indicou como viver a terceira idade e criou a festa dos avós, enquanto o Estado italiano, com a lei 33 de 2023 sobre a reforma da não autossuficiência, se comprometeu a reorganizar a assistência aos idosos, a esperança é que também em outras nações a atenção às gerações mais velhas possa crescer.
“A dimensão da terceira idade torna-se decisiva para reiniciar, através do vínculo com os netos, o calor com as outras gerações”, observou dom Paglia: “avós e netos são as duas gerações extremas que não podem viver sem aquelas intermediárias. Trata-se de um magistério que os adultos e os jovens devem ouvir”.
As atividades da Fundação ‘Età Grande’
O encontro com o Papa Francisco também quer conscientizar as pessoas sobre as atividades da Fundação Età Grande, que coloca a pessoa, com suas necessidades e fragilidades, no centro da reflexão sobre os idosos e pretende sugerir políticas em favor dos idosos, nas áreas de trabalho, cultura e formação, saúde pública, proteção econômica, envelhecimento ativo e integração social. “Queremos tentar humanizar o mundo com afetividade, para que possamos nos curar do isolamento e da solidão”, disse Mario Marazziti, da Fundação Età Grande, acrescentando que, na Sala Paulo VI, dom Paglia e o ator italiano Lino Banfi vão refletir e dialogar sobre a relação entre avós e netos.
O evento será dividido em vários momentos: o cantor italiano Al Bano também irá participar, como o Coro da Diocese de Roma dirigido por Marco Frisina. Em seguida, o Papa deve chegar para ouvir o testemunho de três idosos e três netos.
O Testemunho de Lino Banfi
Aos jornalistas presentes na Sala de Imprensa, Lino Banfi falou sobre a “regeneração Banfi”, sua presença na opinião pública como o avô da Itália e da Europa, que, também por meio de sua amizade com o Papa Francisco – “l’abuelo del mundo” (o avô do mundo) – está valorizando a terceira idade. O ator contou sobre suas conversas com os jovens de hoje e com pessoas de sua idade para incentivar o diálogo com as novas gerações e antecipou que, na Sala Paulo VI, vai exortar jovens e idosos a uma fazer uma roda mundial, além de ler alguns dos seus poemas, versos com pequenas reflexões.
Um deles ele quis apresentar aos repórteres para que pudesse ser divulgado: “o Santo Padre, creio que ele faz isso todas as manhãs, nos ajuda a rezar pela atormentada Ucrânia. E também por Israel e pela Palestina. E todos nós, hoje, junto com o Papa Francisco, que é o avô do mundo, dando nossas mãos, avós, netos, faremos uma roda. É claro que não é com esse gesto que qualquer guerra terminará, mas certamente algo de bom resultará disso”.
Fonte: Vatican News