Missa será realizada às 11h30 de domingo, 3 de novembro, dia em que a Igreja celebra a Solenidade de Todos os Santos
Emilton Rocha
No domingo, 3 de novembro, o Santuário Basílica de São Sebastião, mais conhecido como Igreja dos Capuchinhos, estará comemorando o 9° aniversário da elevação à categoria de Basílica Menor cuja ascensão ocorreu em solenidade realizada no dia 1° de novembro de 2015, dia de Todos os Santos e data da última missa realizada na igreja do Morro do Castelo.
O título de Basílica Menor é concedido pelo Papa a igrejas consideradas importantes por diversos motivos, como a veneração dos cristãos, a transcendência histórica e a beleza artística.
Neste 3 de novembro (domingo), em que é festejado o 9° aniversários da efeméride, uma Missa Solene será realizada às 11h30. Durante todas as missas do dia – 7h, 8h30, 11h30, 17h e 18h30 – os fiéis poderão obter as indulgências plenárias.
Para alcançar a indulgência plenária, é preciso cumprir três condições: Confissão sacramental, Comunhão eucarística e Oração nas intenções do Papa. Além disso, é necessário rejeitar qualquer apego ao pecado, mesmo que venial.
Em 2015 o Vaticano elevou o então Santuário de São Sebastião à condição de Basílica Menor, título que também foi uma homenagem pelos 450 anos da fundação da Cidade do Rio de Janeiro. A partir de então o templo passou a ter um vínculo maior com o Papa Francisco.
Na época, a carta anunciando a novidade, enviada ao Arcebispo do Rio, Cardeal Orani Tempesta, foi assinada no dia 17 de julho daquele ano pelo cardeal Robert Sarah, presidente da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
À época, em um trecho da carta, o presidente da congregação disse que “A concessão deste título a esta importante Igreja, intensificando o vínculo particular com a Igreja de Roma e com o Santo Padre, quer promover a sua exemplaridade como verdadeiro centro de ação litúrgica e pastoral na Diocese”.
O Santuário Basílica de São Sebastião, no Rio de Janeiro, é administrado pelos Frades Capuchinhos, e foi declarado Santuário Arquidiocesano em 2015, durante as comemorações pelo dia do padroeiro, em 20 de janeiro.
A solicitação de reconhecimento foi uma iniciativa de Frei Arles Dias de Jesus que, à época, reuniu documentos e enviou o processo para o Vaticano em 1º de março daquele ano, data em que a cidade comemorava 450 anos de fundação.
A resposta chegou rápida e pegou o frade capuchinho de surpresa, conforme ele disse à época ao jornal O Globo: “Juntei fotos, decreto de tombamento cultural e as cartas do presidente da Conferência Nacional de Bispos do Brasil, do arcebispo do Rio e da Ordem dos Capuchinhos, e enviei. Não esperava um retorno positivo tão rápido.”
A celebração foi realizada no dia 1° de novembro de 2015, dia de Todos os Santos e data da última missa realizada na igreja do Morro do Castelo, em 1921, antes de ela ser transferida para a Tijuca.
Segundo historiadores, o Morro do Castelo representou um marco histórico e cultural significativo na cidade. Originalmente, era uma elevação natural que abrigava o primeiro núcleo de ocupação colonial portuguesa no Rio de Janeiro. No topo do morro, foram construídas importantes estruturas, como a Igreja de São Sebastião, que simbolizava a fé e a presença portuguesa na nova colônia.
Ao longo dos séculos, o Morro do Castelo tornou-se um ponto estratégico tanto para a defesa quanto para o desenvolvimento urbano da cidade. No entanto, com o passar do tempo, a área foi sendo alvo de disputas e debates sobre o uso do solo, culminando em sua demolição no início do século XX, em um esforço para modernizar o centro da cidade e facilitar a expansão urbana.
Apesar de sua remoção física, o Morro do Castelo permanece vivo na memória histórica do Rio de Janeiro, sendo tema de estudos e lembranças que resgatam sua importância no passado da cidade. Sua história reflete não apenas as transformações urbanas, mas também as mudanças culturais e sociais que moldaram o Rio de Janeiro ao longo dos anos.
Durante a elevação à categoria de Basílica Menor, o Santuário recebeu então dois elementos que o identificam como basílica: o Tintinábulo, que é um emblema que a Santa Sé concede às igrejas com o título honorífico concedido pelo Papa, e que consiste num pequeno sino que figura na procissão do Corpus Christi e outras solenidades; e a Umbela Basilical, uma peça histórica dos papas, que já foi usada diariamente para fornecer sombra ao Sumo Pontífice.
O templo possui especial valor afetivo para os cariocas (conforme o decreto municipal), pois possui a guarda de três símbolos importantes para a cidade: o marco de fundação, os restos mortais do fundador da cidade, Estácio de Sá, e a imagem histórica de São Sebastião, padroeiro da Cidade do Rio de Janeiro, que foi trazida por ele.