Santo Franciscano do dia 21 de maio: São Ivo da Bretanha

Sacerdote da Terceira Ordem (1253-1303). Canonizado por Clemente VI no dia 19 de maio de 1347

Yves Hélory (Helori ou Heloury) era filho de Helori, lorde de Kermartin e Azo du Kenquis. Nasceu nas proximidades de Treguier, na Baixa Bretanha, conhecida região da França, no dia 17 de outubro de 1253. Era, pois de família da pequena nobreza e recebera apurada educação, humana e cristã.

Sua mãe, dizia-lhe:  “Meu filho, procura viver sempre de tal maneira, que venhas a ser um santo”. Após a conclusão dos primeiros estudos em sua terra natal, sob a orientação de um jovem sacerdote, Ivo foi enviado em 1267, a tenra idade de 14 anos, à já prestigiada Universidade de Paris, onde estudou Artes Liberais e Teologia. Dentre os seus mestres estava o Doutor Angélico, o prodigioso Santo Tomás de Aquino. Ivo também presenciou conferências do grande São

Boaventura, dele aprendendo o espírito franciscano. Posteriormente, o futuro santo foi para Orléans em 1277, onde se especializou em Direito Civil e Direito Canônico. Depois de anos de estudos, durante os quais brilhou entre seus colegas, voltou para Bretanha.

Em 1280, convidado a ser o conselheiro jurídico e juiz eclesiástico, trabalhou primeiramente como juiz episcopal na arquidiocese de Rennes, cidade capital do Ducado da Bretanha, por quatro anos, e depois em Tréguier. Competia-lhe julgar  todo tipo de litígios, processos matrimoniais, de contratos e heranças, salvo os processos criminais.

Em 1284, seu Bispo o convenceu de receber a Ordenação Sacerdotal, permitindo-lhe manifestar seus dotes de pregador e de reitor de igreja. Também decidiu fazer-se terceiro franciscano, vestindo o hábito da penitência. Concomitantemente como sacerdote e terceiro franciscano, advogado e juiz (o que era possível naqueles tempos em virtude de não vigorar a atual estrita distinção funcional), Ivo multiplicava suas atividades, semeando sua fama, por toda a Bretanha, com um contingente crescente de pessoas que se socorriam a ele. Até milagres já eram atribuídos a ele em vida.

Em suma, a defesa intransigente dos injustiçados e dos necessitados deu a Ivo o título de “advogado dos pobres”, título esse que continuou merecedor ao se tornar sacerdote, e ao construir um hospital, onde cuidava dos enfermos com suas próprias mãos.  Eis outra faceta de Ivo: Frade Franciscano.

Alimentando-se apenas de pão e água, passando a noite em vigília de estudo e oração, não deixava, todavia de percorrer longos caminhos, para encontrar os que dele precisavam. Pregando, orientando, consolando, escutando, reconciliando, decidindo, distribuindo seu dinheiro aos pobres, atendendo os doentes, erigindo uma casa para abrigar  os abandonados, levando à sepultura os mortos, Ivo conseguia a admiração, apreço e respeito dos seus contemporâneos.

Ivo de Kemartin morreu de causas naturais na França em 19 de maio de 1303, aos 50 anos de idade. Seu corpo foi sepultado na Catedral de Tréguier, onde é objeto de devoção do fiéis até hoje. É um dos santos mais populares no Norte da França e patrono dos advogados.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, de Frei Giulliano Ferrini e Frei José Guilhermo Ramirez, OFM, edição Porziuncola

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