Restauração do Santuário Basílica de São Sebastião entra em sua terceira etapa: a fachada

A fachada da igreja e suas avarias, incluindo os santos no alto. / Foto: Pascom

Os projetos já foram feitos, os técnicos já se apresentaram e as aprovações e todos os encaminhamentos legais foram realizados. Agora é só começar.

Por Emilton Rocha / Pascom

O Santuário Basílica de São Sebastião está retomando as obras de restauração do templo, situado à Rua Haddock Lobo, 266, Tijuca. É a parte três do empreendimento.

– É a terceira etapa do nosso grande projeto de restauro de muitas outras que virão. Terceira ou quem sabe, ainda o começo, porque nós começamos com o telhado – mais de 1000m2, com a reposição de telhas, impermeabilização e higienização de todo os madeirame e mantas etc – esta foi a primeira etapa; a segunda etapa abrangeu as três cúpulas, resume frei Jorge de Oliveira, reitor e pároco do santuário.

Segundo ele, esta nova etapa inclui, além da fachada principal os santos localizados no alto: Santo Antônio, São Francisco de Assis, São José, Imaculada Conceição, São Pedro e São Paulo e São Sebastião, os quais se encontram muito avariados em situação que inspira grandes cuidados, pois tem peças que medem 3 metros de altura, mas quem olha de baixo não imagina. Os trabalhos devem durar entre 5 e 6 meses.

Durante a atual etapa da restauração, ainda na fachada, o emboço será retirado para ser todo refeito, será feita a limpeza do painel com os azulejos, que é visto em destaque sobre a porta da igreja e que representa a fundação da cidade do Rio de Janeiro por Estácio de Sá em 1565. Os recursos para essa terceira etapa da obra ainda são oriundos da emenda parlamentar do ex-deputado federal Marcelo Calero, pelo que frei Jorge agradece muito.

– Sabemos que os recursos não serão suficientes para o restauro até embaixo no mármore marrom, daí já estarmos nos preparando para convocar as pastorais, movimentos, associações e toda a nossa estrutura paroquial para nos organizarmos e trabalharmos para levantarmos recursos e darmos continuidade, acentua o frade.

Frei Jorge: “Peço a compreensão de todos para os possíveis transtornos que surgem durante as obras e que geram reclamações. Por tudo isso, teremos que ter muita paciência, muita calma e muita alegria com os resultados que virão.” / Foto Pascom

Essa terceira etapa será da responsabilidade de uma nova empresa, a Acqua Total Projetos de Engenharia Ltda. A anterior, MIPE Construções e Montagens Ltda trabalhou nas primeira e segunda etapas. A nova empresa é próxima a estrutura da Arquidiocese e conhece melhor esse metiê (ofício, função, trabalho) e tem mais habilidade para restauros. Os projetos já foram feitos, os técnicos já se apresentaram e as aprovações e todos os encaminhamentos legais foram realizados.  Segundo frei Jorge, todas as etapas da obra só serão encerradas nos próximos quatro ou cinco anos, em função da lentidão do serviço.

– Agora é só começar a trazer o maquinário, os contêineres etc. Peço a compreensão das pastorais, movimentos e associações e da nossa estrutura de trabalho para os possíveis transtornos que acontecem durante as obras e que geram reclamações, como: “Ah, porque tem o casamento de fulano”; “Ah, que o salão está sujo!”; “Ah, porque tem o casamento não sei de quem!”; “Ah, porque tem o batizado de duas crianças e quilo lá está todo entupido de andaimes lá na frente”!  – alerta frei Jorge, que completa: “e graças a Deus que vai estar todo entupido de andaimes!” (sorrisos)

O reitor já adianta um tipo de transtorno:

– Durante os trabalhos, os paroquianos estarão usando somente uma porta principal, porque duas delas estarão isoladas devido a quantidade de andaimes que estarão bloqueando as entradas. Por tudo isso, teremos que ter muita paciência, muita calma e muita alegria com os resultados que virão.

Para as próximas etapas, o deputado federal Reimont Otoni já comunicou que os recursos advindos de emenda parlamentar já estão na Mitra Arquiepiscopal do Rio de Janeiro, que é o órgão responsável pelo patrimônio religioso, como os templos católicos da cidade, os museus de arte sacra e da Cúria do Rio de Janeiro. Após a emenda do ex-deputado Calero, logo chegou a do deputado Reimont, o qual logo que tomou posse foi uma das primeiras providências que ele tomou.

Sobre um possível projeto para instalação de ar condicionado na igreja, frei Jorge esclarece que, por enquanto, o empreendimento está fora dos planos da administração. E explica que o problema não é só comprar os aparelhos, pois não seria assim tão difícil.

– Numa quantidade de seis ou sete aparelhos dos grandes seria até suficiente. Um projeto de ar condicionado tem que mexer até com a rede da rua, porque tem que ter transformadores, pois exige uma carga fortíssima e, além disso, tem a manutenção. Alguém diria: “Mas como é que em outras igrejas tem?” Algumas têm sim, mas pagam taxas muito altas, absurdas. Temos que pensar em tudo isso com o tempo, por enquanto usamos os ventiladores – talvez antes disso teremos que renová-los.

Largo da Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro, no dia da realização de sua última missa. Foto: Augusto Malta

Do antigo Morro do Castelo para a Tijuca

Originalmente, a Igreja de São Sebastião do Rio de Janeiro localizava-se no Morro do Castelo, na área central da cidade. A histórica igreja, junto outras construções importantes, foi destruída quando o morro foi demolido, em 1922. No morro também estavam instalados os frades capuchinhos, estabelecidos definitivamente no Rio de Janeiro em 1840. Com a demolição, os frades tiveram de mudar-se para dependências no bairro da Tijuca. A nova igreja dos frades, dedicada a São Sebastião, foi construída entre 1928 e 1931.

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