Por que Top Gun: Maverick é um filme tão inspirador

Fique tranquilo: este artigo é livre de spoiler!

Paramount Pictures Studios

Aleteia / Cerith Gardiner

No fim de semana passado fui ver o tão esperado “Top Gun: Maverick”. Com pipoca na mão e um sorriso no rosto, foi difícil esconder o meu entusiasmo. Não faço ideia se foi a antecipação de uma viagem de regresso aos anos 80 ou se foi a expectativa por um bom filme, mas estava pronta para que me tirassem o fôlego. E assim foi.

Durante mais de duas horas fui levada a novas alturas, cortesia da necessidade de velocidade de Maverick. Mergulhei em simpatia e admiração enquanto os pilotos de caça voavam em missões intrépidas. Derramei uma lágrima ao ver um certo rosto familiar. E o mais importante, deixei o cinema com a cabeça erguida e uma boa dose de esperança.

Como pode um filme ser responsável por emoções tão fortes?

Agradeço que nem todos sejam fãs de Tom Cruise – especialmente por causa de algumas das suas escolhas de vida – mas geralmente adoro um sucesso de bilheteira com tanta ação. E “Top Gun: Maverick” tem um ingrediente extra: está cheio de lições de vida das quais não me apercebi que precisava de ser lembrada até os créditos serem lançados.

Sem contar o enredo, eis por que o filme me inspirou tanto:

1 – Podemos ter sucesso mesmo contra as probabilidades

Maverick está numa missão com os seus pilotos mais jovens, uma missão que parece impossível – uma missão que é mortal e envolve sacrifício. Uma pessoa normal fugiria imediatamente; contudo, Maverick e os seus colegas pilotos de caça fazem o contrário.

Eles amarram os seus capacetes e sobem para o cockpit prontos a desafiar as probabilidades. E o espectador vai junto.

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2 – Os amigos devem apoiar-se uns aos outros, especialmente quando as coisas se tornam difíceis

Estar em missão envolve certamente um nível de camaradagem que a maioria de nós não conseguirá experimentar na vida quotidiana. Embora possamos imaginar o sacrifício necessário para salvar outras vidas, vivenciar isso no cinema é uma experiência reconfortante. E ver todas as palmadinhas nas costas e o apoio mútuo lembra-nos que não há nada como amizades sólidas.

3 – Devemos tentar consertar as relações rompidas

Para os fãs originais de “Top Gun”, haverá algumas caras conhecidas. Sem dar o enredo, existem definitivamente algumas relações que são mais tensas do que outras. No entanto, à medida que a trama se desenvolve, o mesmo acontece com estas frágeis relações. E embora possa ser um pouco piegas, há algo a dizer sobre os esforços que todos nós devemos fazer nas nossas relações mais difíceis.

4 – O verdadeiro poder de um mentor

Mais uma vez, as relações são centrais para o filme, juntamente com os caças. E ver Maverick mentor dos seus pilotos mais novos lembra-nos o valor de um ouvido mais velho e mais experiente. De fato, o papel de mentor-protetor pode ser gratificante para ambos os lados, e quando as diferenças pessoais são retiradas da equação, o resultado pode ser extremamente positivo.

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5 – A necessidade de nos empurrarmos rumo a novos objetivos

É muito fácil descansar sobre os nossos louros e nos acomodarmos. No entanto, o filme lembra-nos que todos podemos alcançar coisas incríveis se formos além dos nossos níveis de conforto. Embora não possamos voar naquele caça magnífico, podemos certamente visar atingir novas alturas, quer seja na nossa vida familiar, na vida profissional, ou mesmo na vida espiritual.

6 – A idade é apenas um número

Embora alguns críticos tenham dito que Maverick, aos 57 anos, era demasiado velho para o cargo, houve uma série de comentaristas que afirmam que o seu caráter teria sido mais do que capaz de levar a cabo a sua missão. É um lembrete maravilhoso para todos nós de que não devemos pôr as pessoas de lado simplesmente porque assumimos que já passaram da sua data de expiração.

7 – A joia escondida que é a nossa memória

Entre os frequentadores do cinema havia um grande número de homens e mulheres de meia-idade. No início fiquei um pouco chocada com esta demografia ligeiramente mais antiga para este tipo de sucesso de bilheteira, mas depois voltei ao meu próprio entusiasmo inicial.

Esperar que o filme começasse trouxe de volta memórias, não apenas do primeiro filme, mas da minha vida na altura em que foi lançado. Tudo me era familiar. Pude até lembrar-me de como me vestia na altura, e do local onde vi o filme pela primeira vez. A onda de nostalgia trouxe-me conforto e segurança.

Fez-me questionar por que é que uma pequena dose de nostalgia é realmente benéfica para nós. E penso que se resume ao fato de vivermos numa sociedade em constante mudança, na qual as nossas opiniões, padrões e costumes são constantemente questionados; onde a nossa situação económica nem sempre é estável; e onde as agendas políticas – nacionais ou estrangeiras – nos deixam ansiosos.

Não admira que procuremos o conforto de outrora. E é exatamente isso que “Top Gun: Maverick” proporciona: um conforto estimulante.

No entanto, se olharmos para o próprio personagem de Maverick, ele parece procurar este mesmo ar de nostalgia ao longo do filme. Paradoxalmente, ao assumir a sua nova missão e assegurar o futuro, ele está a mergulhar no seu passado, e a contar com ele mais do que nunca. E isso é um belo lembrete de que temos de recorrer ao nosso passado, tanto aos pontos positivos como os negativos, para alcançar um futuro ainda melhor.

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