Papa Leão XIV: Regina Caeli e posse das basílicas de Roma

Fotos: Vatican News

Na homilia de sua missa de posse, o Papa Leão XIV destacou a missão da Igreja de Roma como “mãe de todas as Igrejas”, herdeira da fé transmitida por Pedro, Paulo e tantos mártires.

Giovana Marques / A12 Redação

Neste domingo, 25 de maio, o Papa Leão XIV presidiu pela primeira vez a oração do Regina Caeli da janela do Palácio Apostólico, diante da Praça São Pedro repleta de fiéis e peregrinos.

Foi a primeira vez que o evento dominical foi realizado dessa forma desde 2 de fevereiro, quando ainda era conduzido pelo saudoso Papa Francisco.

Na reflexão antes da oração mariana, o Papa destacou a mensagem do Evangelho do dia (Jo 14, 23-29) e falou sobre a ação do Espírito Santo como presença concreta de Deus na vida dos fiéis.

Leão XIV lembrou que Jesus, mesmo na véspera de sua morte, consolou os discípulos com a promessa do Espírito, que habita em todos os que permanecem em seu amor.

“Com efeito, se permanecermos no seu amor, Ele vem morar em nós, a nossa vida torna-se templo de Deus. Embora eu seja frágil, o Senhor não se envergonha da minha humanidade, pelo contrário, vem habitar em mim.”, afirmou o Papa.

O Pontífice convidou os fiéis a caminharem na alegria da fé, reconhecendo a própria fragilidade como espaço onde Deus atua com misericórdia, luz e amor. E reforçou a vocação cristã de viver com atenção e compaixão, especialmente junto aos mais pobres, pequenos e sofredores.

Depois de conceder a bênção apostólica, o Santo Padre recordou a memória litúrgica de Nossa Senhora Auxiliadora celebrada no sábado e disse: “Que Maria obtenha para nós a graça de sermos testemunhas fortes e alegres do Evangelho, mesmo em meio às provações.”.

Leão XIV encerrou o momento confiando todos os fiéis à intercessão de Maria Santíssima, “morada consagrada a Deus”, modelo de docilidade ao Espírito.

Visita à Prefeitura de Roma

Vatican Media

O Papa Leão XIV visitou a Prefeitura de Roma, sendo recebido no Capitólio Romano pelo prefeito Roberto Gualtieri, em um gesto de proximidade e diálogo.

Gualtieri destacou que a presença do Pontífice ali confirma seu afeto por Roma e reforça o compromisso conjunto com a cidade, como a continuidade do Jubileu da Esperança.

O papa Leão XIV respondeu com palavras de carinho:

“Hoje posso dizer que sou romano por vocês e com vocês!”exclamou Leão XIV.

É tradição que os Papas visitem o Capitólio: o primeiro foi o Beato Pio IX, em 1870. Desde então, Paulo VI, João Paulo II, Bento XVI e Francisco também realizaram esse gesto de proximidade com a cidade. A última visita antes da atual foi feita por Francisco em 10 de junho de 2024.

Tomada de posse das basílicas papais

Reprodução Vatican News

Após a oração do Regina Caeli e da visita à Prefeitura de Roma, Leão XIV deu continuidade aos ritos de início de pontificado com a tomada de posse da Basílica de São João de Latrão, catedral do Papa enquanto Bispo de Roma, e da Basílica Papal de Santa Maria Maior, santuário Mariano.

Esses momentos simbolizam a missão pastoral e espiritual do Papa como sucessor de Pedro, pastor universal da Igreja, mas também bispo da cidade de Roma.

Na homilia de sua missa de posse, o Papa Leão XIV destacou a missão da Igreja de Roma como “mãe de todas as Igrejas”, herdeira da fé transmitida por Pedro, Paulo e tantos mártires.

Inspirando-se no Papa Francisco, ressaltou que essa maternidade eclesial se manifesta na ternura, na escuta, na disposição ao sacrifício e na sensibilidade para prover as necessidades dos outros, mesmo antes que sejam expressas, traços que devem crescer em todo o povo de Deus.

Comentando os Atos dos Apóstolos, o Papa refletiu sobre os desafios da primeira comunidade cristã ao anunciar o Evangelho ao mundo pagão. Sublinhou que os acontecimentos exigiram paciência, escuta e diálogo, elementos fundamentais para tomar a decisão certa.

Porém, mais importante ainda, afirmou, é a escuta da voz de Deus, que se dá na oração e na constante conversão do coração. É assim que se constrói a comunhão e se reconhece, no íntimo, a ação do Espírito que nos faz clamar: “Abba, Pai”.

Ele ressaltou também o desejo e o compromisso de assumir sua missão:
“Coloca-me na medida do possível à escuta de todos para aprender, compreender e decidir juntos. “Para vós sou bispo, convosco sou cristão”, como dizia Santo Agostinho. Peço-vos que me ajudem a fazê-lo num esforço comum de oração e caridade.”
Fonte: Vatican News
Artigo anteriorQual o poder da oração do Rosário?
Próximo artigoSanto do dia 27 de maio: Santo Agostinho de Cantuária