Francisco denuncia que muitos governos se afastam do dever de defender a vida humana em todas as suas fases
Antoine Mekary / Aleteia / I.Media
Papa lamenta leis pró-aborto que se expandem pelo mundo: neste 8 de fevereiro, durante o seu discurso ao corpo diplomático acreditado junto ao Vaticano, Francisco observou que “um número crescente de legislações no mundo está se afastando do imprescindível dever de defender a vida humana em cada uma das suas fases”.
Francisco afirmou:
“A pandemia nos forçou a ficar frente a frente com duas dimensões ineludíveis da existência humana: a doença e a morte. Por isso, ela nos recorda o valor da vida, de cada vida humana e da sua dignidade, em todos os momentos do seu percurso terreno, desde a concepção no ventre materno até o seu fim natural. Infelizmente, é doloroso constatar que, a pretexto de garantir supostos direitos subjetivos, um número crescente de legislações no mundo está se afastando do imprescindível dever de defender a vida humana em cada uma das suas fases”.
Francisco reforçou que existe “o direito ao cuidado”, porque “toda a pessoa humana é fim em si mesma e nunca um mero instrumento a ser avaliado apenas pela sua utilidade”.
Ele completou:
“Toda pessoa humana foi criada para viver em conjunto na família, na comunidade, na sociedade, onde todos os membros são iguais em dignidade”.
Papa lamenta leis pró-aborto que se expandem pelo mundo
O Papa então questionou:
“Quando se suprime o direito à vida dos mais frágeis, como poderão garantir-se eficazmente todos os outros direitos?”
E exortou:
“Renovo o meu apelo para que sejam oferecidos a cada pessoa humana os cuidados e a assistência de que necessita. É indispensável que todos os que têm responsabilidades políticas e de governo se esforcem para favorecer, antes de tudo, o acesso universal aos cuidados básicos de saúde, incentivando também a criação de postos médicos locais e de estruturas sanitárias adequadas às reais necessidades da população, assim como a disponibilidade de terapias e medicamentos. A lógica do lucro não pode ser o que guia um campo tão delicado como o da assistência e tratamento sanitários”.
Vários países, neste momento, estão discutindo a legalização do aborto sob o pretexto de que ele seria uma “solução de saúde pública”, negligenciando uma vasta gama de medidas muito mais civilizadas para promover a responsabilidade e a qualidade da paternidade e da maternidade, assim como a vivência consequente e madura da sexualidade.
O caso mais recente é o da Argentina, que, em meio a uma ampla crise econômica, social e sanitária, aprovou a legalização do aborto em 30 de dezembro após intenso empenho do governo de esquerda chefiado por Alberto Fernández, com reconhecida participação de lobbies internacionais pró-aborto.