Os títulos de Jesus: O Sumo Sacerdote

Quando Deus enviou Seu amado Filho, deu autoridade suficiente para que ele fosse sacerdote e vítima ao mesmo tempo para a nossa Salvação

Escrito por Alberto Andrade / A12 Redação

“Tendo, pois, em Jesus, o Filho de Deus, um Sumo Sacerdote eminente que penetrou os céus, conservemos firme a fé que professamos” (Hb 4,14)

No Antigo Testamento, o Sacerdote era aquele que oferecia vítimas à divindade que cultuavam. Sua posição era sempre elevada, pois cabia a ele cuidar das cerimônias sagradas.

Isso não acontecia somente aos pagãos, mas também era desta forma entre o povo de Deus da Antiga Aliança. Seu principal encargo era a apresentação da vítima, do holocausto, a Deus através do seu sacrifício.

E na Antiga Aliança está descrita a existência de três graus de sacerdócio:

  • Sumo Sacerdote, exercido por aquele que era o chefe dos sacerdotes, sendo o mais alto grau.
  • Sacerdócio ministerial, um grau menor do cargo, que auxiliavam no serviço religioso, no culto.
  • Sacerdócio comum, todo o povo de Deus o exercia, como está no livro do Êxodo. “E vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa” (Ex 19,6)

Porque Jesus é considerado o Sumo Sacerdote?

“Todas as prefigurações do sacerdócio da Antiga Aliança encontram a sua realização em Jesus Cristo, ‘único mediador entre Deus e os homens’ (1 Tm 2, 5). Melquisedec é considerado pela Tradição cristã como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo, único ‘Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedec'(Heb 5, 10), ‘Santo, inocente, sem mancha’ (Heb 7, 26), que ‘com uma única oblação, tornou perfeitos para sempre os que foram santificados’ (Heb 10, 14), isto é, pelo único sacrifício da sua cruz. (Catecismo da Igreja Católica, 1544)

Já na Nova Aliança, Cristo eleva o sacrifício, o templo e o sacerdócio à mais alta dignidade. O sacrifício de animais é cessado, substituído e elevado pelo Seu sacrifício na Cruz e no altar.

De forma misteriosa, pela oferta de si mesmo, Jesus torna-se sacerdote e vítima. E, por isso, ocupa o mais alto grau do sacerdócio e é chamado sumo sacerdote da Nova Aliança. A autoridade de Nosso Senhor é tão elevada que aqueles que Ele escolheu de forma pessoal como Apóstolos, receberam na última ceia o dom do sacerdócio ministerial. Por isso, na Missa da Quinta-Feira Santa, recordando a última ceia, celebra-se a instituição do sacerdócio.

Assim como os sacerdotes da Antiga Aliança auxiliavam no culto e no templo para a realização do sacrifício, os sacerdotes da Nova Aliança receberam de Cristo a missão de renovar na Santa Missa seu sacrifício na Cruz, “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). 

E hoje, nossos padres continuam este sacerdócio celebrando a cada Santa Missa o Sacrifício de Cristo no Altar. Todos aqueles que receberam o sacramento da Ordem exercem o sacerdócio ministerial.

Sempre precisamos orar pelas vocações religiosas, para que mais sacerdotes e ministros ordenados possam surgir e serem imitadores de Cristo para nós.

“Este sacerdócio é ministerial. O encargo que o Senhor confiou aos pastores do seu Povo é um verdadeiro serviço» (27). Refere-se inteiramente a Cristo e aos homens. Depende inteiramente de Cristo e do seu sacerdócio único, e foi instituído em favor dos homens e da comunidade da Igreja. O sacramento da Ordem comunica «um poder sagrado», que não é senão o de Cristo. O exercício desta autoridade deve, pois, regular-se pelo modelo de Cristo, que por amor Se fez o último e servo de todos” (Catecismo da Igreja Católica, 1551)

E logicamente, o terceiro nível, o sacerdócio comum na Nova Aliança é conferido aos que receberam o Sacramento do Batismo. Todos os batizados participam do sacerdócio único de Cristo à sua medida.

O leigo une-se a Cristo pela fé e caridade em união espiritual e não pelo poder sacramental. “Irmãos, pela misericórdia de Deus, eu vos exorto a oferecer vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, pois este é vosso culto espiritual” (Rm 12,1). O sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da vida batismal, uma vida de fé, esperança e caridade, vida segundo o Espírito.

Artigo anterior“Falar com o coração”, convida o Papa na mensagem para o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais
Próximo artigoApós Tríduo, missas em memória ao Servo de Deus Frei Nemésio Bernardi serão celebradas neste sábado, dia 4