“Minha ação neste campo tentou seguir a linha adotada por João Paulo II e Bento XVI”
Aleteia / Ricardo Vêneto
O Papa Francisco criticou as “monstruosas deformações” da liturgia ao longo das últimas décadas. Ele tocou no assunto durante o encontro que manteve com 15 jesuítas em Quebec, durante a sua recente viagem ao Canadá.
Segundo a revista Civiltà Cattolica, editada pelos próprios jesuítas na Itália, Francisco respondeu a várias perguntas dos seus companheiros de congregação religiosa. Uma delas dizia respeito à importância da liturgia.
O Papa respondeu:
“Quando há conflito, a liturgia é sempre maltratada. Na América Latina, há trinta anos, ocorreram monstruosas deformações litúrgicas. Depois caíram no extremo oposto, com a embriaguez retrogradista do antigo. Foi criada uma divisão na Igreja”.
Francisco tem criticado tanto a dessacralização da liturgia quanto o que considera uma tentativa igualmente danosa de priorizar as formas sobre o significado. Durante o voo de retorno do Canadá, por exemplo, ele afirmou que o “atraso” é diferente da “tradição” – e até mesmo contrário a ela.
Ainda durante o encontro com os jesuítas, conforme relatado pela Civiltà Cattolica, Francisco falou das suas medidas a respeito:
“Minha ação neste campo tentou seguir a linha adotada por João Paulo II e Bento XVI, que haviam permitido o rito antigo e haviam solicitado uma verificação posterior. A verificação mais recente deixou claro que havia uma necessidade de disciplinar a questão e evitar que ela fosse um fato de moda, mas que permanecesse uma questão pastoral”.
No tocante à mencionada verificação, o Papa se refere ao motu proprio Traditionis custodes, que publicou em julho de 2021 e por cujo meio limitou a celebração da missa tradicional em latim. Neste último 29 de junho, ele publicou também a carta apostólica Desiderio desideravi, que trata da formação litúrgica do povo de Deus.
Em sua conversa com os jesuítas em Quebec, o Papa finalizou a respeito das deformações da liturgia:
“Virão estudos que aperfeiçoarão a reflexão sobre uma questão tão importante. A liturgia é o louvor público do povo de Deus”.