O pai de Santo Antônio foi preso injustamente e seria condenado a morrer na forca
Aleteia / Ricardo Sanches
Santo Antônio é um dos santos mais populares da Igreja. E não é só por sua fama de casamenteiro: há relatos que ele operou inúmeros milagres e dos mais diversos tipos. Entre eles, está a conhecida história de quando ele recorreu a uma mula para provar que o Corpo de Cristo está presente na Hóstia Consagrada.
O site da Diocese de Blumenau publicou uma lista com 21 milagres atribuídos ao santo. Entre eles, a quase que inacreditável história do dia em que Santo Antônio livrou o pai dele da morte com a ajuda de um morto!
O dia em que Santo Antônio livrou o pai da forca
Diz-se que um rapaz foi assassinado perto da casa de Martinho de Bulhões, o pai de Santo Antônio. Os criminosos o enterraram no quintal da casa do Sr. Martinho sem que o homem soubesse.
Algum tempo depois, as autoridades encontraram o corpo e acusaram o Sr. Martinho de ter matado o jovem. Ele passou quinze meses na cadeia. Quando chegou o dia do julgamento, era quase que certeza que a condenação seria a morte na forca.
Frei Antônio foi misteriosamente avisado do julgamento do pai, pediu autorização para deixar o convento de Pádua e viu-se instantaneamente em Lisboa. Sabendo da inocência do pai, passou a defendê-lo no tribunal. Tentou todos os meios, mas não conseguia convencer os jurados.
Sem ter testemunhas de defesa, Antônio decidiu recorrer ao depoimento da vítima, ou seja, o morto. E, mesmo ridicularizando o “advogado”, os juízes permitiram que o falecido fosse chamado como testemunha.
“Chegados à sepultura do falecido, o Santo ordenou que a abrissem e chamou o frio cadáver em voz alta, ordenando-lhe em nome de Deus que dissesse aos juízes a verdade sobre o seu assassinato. Imediatamente o morto levantou-se como se estivesse vivo e respondeu com voz sonora que Martinho de Bulhões era inocente e não estava manchado pelo seu sangue. Em seguida, deitou-se na sepultura. Santo Antônio, depois de se despedir do pai, desapareceu. Ficaram os juízes e a assistência assombrados com o milagre que acabavam de presenciar”, diz o site da diocese.
O pai de Antônio foi, enfim, considerado inocente e ficou livre da forca. Mais tarde, os verdadeiros criminosos foram descobertos e presos.
Momento eternizado
Essa história foi eternizada através de uma pintura. O quadro, de autoria desconhecida, está no Museu de Lisboa, Portugal. A tela é da segunda metade do século XVI e retrata a grande devoção que a sociedade lisboeta da época já manifestava a Santo Antônio.
Santo António livrando o pai da forca
Autor desconhecido
Entre os milagres operados por Santo António (que estão na base da sua grande popularidade), conta-se o de ter salvo o próprio pai da forca, acusado injustamente de ter assassinado outro homem. Estando em Itália, e através do dom da bilocação, rapidamente se deslocou a Lisboa, onde ressuscitou o morto que de viva voz ilibou o acusado.
Esta pintura data da segunda metade do século XVI e, apesar das deficiências de perspectiva – que lhe conferem um estatuto secundário no panorama artístico português da época –, ilustra a grande devoção que Santo António já detinha no tecido social lisboeta da época.