Cresce o interesse pela espiritualidade entre os jovens

“A maioria dos jovens acredita em Deus e tem uma percepção positiva da Igreja, vista como um guia e não como uma instituição político-temporal.”

Quase 5 mil jovens, entre 18 e 29 anos, da Argentina, Brasil, Itália, Quênia, México, Filipinas, Espanha e Reino Unido foram entrevistados para avaliar o nível de religiosidade e fé entre eles. A pesquisa foi conduzida pela Pontifícia Universidade da Santa Cruz, em colaboração com outras sete universidades em diferentes partes do mundo.

Um dos destaques da pesquisa é o aumento da espiritualidade entre os jovens em escala global, particularmente registrado em países como Quênia, Filipinas e Brasil, nos quais de 82% a 92% dos jovens se identificam como “crentes”. Já nos países que passam por um processo de secularização, como Espanha e Itália, apesar de uma menor porcentagem de jovens que se identificam como crentes, os entrevistados demonstraram uma profunda convicção de fé, sem considerá-la apenas como uma tradição ou costume. Com efeito, nestes países 60% dos jovens católicos consideram essencial a participação na missa, bem como a recepção dos sacramentos, especialmente a Confissão e Eucaristia.

Alguns países estão em uma posição “intermediária” quanto à manifestação da fé entre os jovens, como o México (71%) e a Argentina (51%).

Foi observada ainda uma grande porcentagem de mulheres crentes em países como Quênia (93%), Filipinas (83%) e Brasil (81%), sendo, em geral, o número de mulheres católicas globalmente maior (52%).

Gema Maria Bellido, professora universitária que é vinculada ao projeto de pesquisa, relatou que “a maioria dos jovens acredita em Deus e tem uma percepção positiva da Igreja, vista como um guia e não como uma instituição político-temporal.” Em termos gerais, a pesquisa também revelou um aumento do senso cívico e do interesse por questões sociais.

A pesquisa apontou que os jovens se orientam pela religião e espiritualidade quando têm de fazer escolhas morais. Mesmo que sejam os crentes que admitam a existência do pecado e não os ateus, a maioria (67%) acredita que é a consciência que determina o que é certo e o que é errado.

Quanto à visão da Igreja, a maioria dos jovens crentes considera-a uma instituição que contribui para o bem da sociedade (76%).

No entanto, entre aqueles que se identificam como “ateus”, surge o interesse pela vida após a morte e uma compreensão adequada do sofrimento, com porcentagens maiores no Quênia e nas Filipinas, países em que os jovens consideram a oração como algo importante em suas vidas.

Fonte: Gaudium Press

Artigo anteriorSanto do dia 16 de março: Santa Luísa de Marillac
Próximo artigoAutobiografia do Papa Francisco: jornal italiano antecipa trechos