Alguma vez nós já ouvimos de alguém as seguintes frases: “Se Deus é onipresente, qual o sentido de ir à Igreja?”, “Como assim, Deus está em todo lugar. Mas Ele se faz presente em todos os locais no mesmo tempo?”
Por Alberto Andrade / A12 Redação
Aqui no A12 você tem mais detalhes sobre essa verdade de fé em nossa Igreja, de que Deus é eterno. Nele não há começo nem fim. Não somos capazes de compreender a Sua grandiosidade.
“Não o sabes? Não ouviste dizer? Javé é um Deus eterno, criador das extremidades da terra. Ele não se fatiga nem se cansa, insondável é sua inteligência”. (Is 40, 28)
Como Igreja, nós acreditamos na figura do Senhor como um Ser Supremo e Criador de todas as coisas; Onipotente (Aquele que tudo pode), Onipresente (presente em todos os lugares) e Onisciente (que sabe e vê tudo), um Deus que é Uno e Trino: Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo.
E alguma vez nós já ouvimos de alguém as seguintes frases: “Se Deus é onipresente, qual o sentido de ir à Igreja?”, “Como assim, Deus está em todo lugar. Mas Ele se faz presente em todos os locais no mesmo tempo?”
Para muitos estudiosos da Igreja Católica, e também pela Sagrada Escritura, Deus se faz presente em todo lugar de diferentes formas.
Presença de imensidão
A presença divina é contínua ao longo de toda a criação, embora não seja revelada da mesma maneira e ao mesmo tempo para as pessoas em toda parte. Às vezes Ele pode estar ativamente presente em uma situação, embora escolha não revelar a Sua presença em uma outra circunstância, em alguma outra área, e isso se confirma em duas passagens.
“Maravilhosa ciência que me ultrapassa, tão elevada que não a posso atingir. Para onde irei, longe de vosso espírito? Para onde fugirei de vossa face? Se subo ao céu, lá estais; se desço ao abismo, aí vos achais” (Salmo 139.6-8).
No Novo Testamento, Paulo em discursos ao povo de Atenas citou a capacidade do Senhor estar em todos os lugares.
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, Ele que é o Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos pelas mãos do homem, a fim de que busquem a Deus para atingi-lo, se possível, andando como que às apalpadelas, embora não esteja longe de cada um de nós. Com efeito, nele temos a vida, o movimento e o ser. Assim, aliás, disseram alguns de vossos poetas: ‘Pois somos também de sua raça’” (At 17,24.27-28)
Dentro dessa presença de imensidão, Deus se faz presente pelo Seu poder, Sua presença e Sua essência. Portanto, Ele está presente em nós porque nos sustenta, conhece e comunica à realidade tudo o que possui.
Neste sentido, Ele está presente em todo o lado, até nos exemplos que indicou. Nada poderia existir se Deus não apoiasse cada ser e não lhe comunicasse o que o constitui como tal.
Presença de habitação
Através da graça santificadora, Deus habita pessoalmente em nossa alma, de coração a coração. Jesus fala explicitamente desta presença em várias passagens, mas uma das mais evidentes é a seguinte: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos morada com Ele” (Jo 14,23).
Esta dupla presença, se torna tripla, pois é essencialmente ligada ao Espírito Santo, ao amor divino que está em nós:
“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito para ficar sempre convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Mas vós o conheceis, porque ele mora convosco e estará em vós”. (Jo 14,16-17).
Cristo não se refere apenas a dons, ainda que muito grandes e de ordem sobrenatural, como o da graça, mas fala da vinda das próprias Pessoas divinas (Pai e do Filho).
E deixa claro que a Santíssima Trindade estará sempre presente de forma permanente e não apenas transitória, porque diz: “Faremos com Ele a nossa morada”. Como se quisesse dizer que ali viverão sempre, pelo menos enquanto aquele que os acolheu os amar, permanecer justo, e em estado de graça.
Presença sacramental
Na Eucaristia, o Senhor Jesus está presente não só como Pessoa divina, como nas almas em graça, mas também com o seu Corpo, Sangue e Alma.
Quando o Senhor vem a nós na comunhão, vem em forma de alimento, para fazer na nossa alma tudo o que o alimento faz no corpo.
São Tomás escreve: “todos os efeitos que os alimentos e bebidas materiais produzem na vida do corpo, isto é, sustento, desenvolvimento, reparação e sabor, este sacramento também produz na vida espiritual”.
Assim como o pão material restaura o nosso organismo, reparando as perdas sofridas pelo trabalho e pelo cansaço, assim a Eucaristia restaura as nossas forças, consequência da nossa negligência, nos libertando dos pecados veniais, e restitui em nós o fervor que estes pecados nos fizeram perder e nos preserva do pecado mortal. Assim, nos aproximando mais de Jesus no Sacramento da Eucaristia, reconhecendo a Sua imensidão, quando deixamos Ele habitar em nosso coração.
“Levemos em consideração isso: Deus está escondido em nossa vida, está sempre presente, está escondido nas situações mais comuns e ordinárias de nossa vida. Não vem em eventos extraordinários, mas nas coisas do dia-a-dia. O Senhor vem nas coisas do dia-a-dia, porque Ele está ali, se manifesta nas coisas de todos os dias. Ele está ali, no nosso trabalho quotidiano, num encontro casual, no rosto de uma pessoa necessitada, mesmo quando enfrentamos dias que parecem cinzentos e monótonos, o Senhor está ali, nos chama, nos fala e inspira as nossas ações”, disse o Papa Francisco em novembro de 2022.