As relíquias dos santos são um testemunho de sua santidade e uma lembrança da vitória de Cristo sobre a morte.
Por Camila Vilas / A12 redação
As relíquias dos santos possuem um valor especial para nós, católicos. Elas carregam um simbolismo profundo, pois estão associadas à vida e à santidade daqueles que se entregaram completamente a Deus, servindo e amando os irmãos como Cristo ensinou.
As relíquias sagradas são partes dos corpos dos santos ou beatos, ou objetos que usaram e foram tocados por eles. Essa tradição tem raízes bíblicas: Moisés levou os ossos de José ao sair do Egito (Ex 13,19) e, no Novo Testamento, uma mulher foi curada ao tocar na túnica de Jesus (Mt 9,20-22).
Objetos usados por São Paulo também foram instrumentos usados por Deus para realizar milagres (At 19,11-12). Desde os primeiros séculos, a Igreja honra os restos dos mártires e santos.
O Catecismo nos diz que o respeito pelas relíquias é um sinal de nossa comunhão com os santos e uma expressão do culto que prestamos a Deus, por meio do exemplo desses servos (CIC, n. 1674-1676). Essa veneração não é uma adoração, mas um reconhecimento da presença de Deus em suas vidas e na história da Igreja.
As relíquias podem ser classificadas em três tipos principais:
• Relíquias de primeiro grau: partes do corpo dos santos, como ossos ou fragmentos corporais.
• Relíquias de segundo grau: objetos que pertenceram ao santo em vida, como vestes, livros ou outros itens pessoais.
• Relíquias de terceiro grau: objetos que foram tocados a uma relíquia de primeiro grau, como pedaços de tecido.
A veneração das relíquias nos ajuda a fortalecer nossa fé. As relíquias dos santos são um testemunho de sua santidade e uma lembrança da vitória de Cristo sobre a morte. Por meio das relíquias, somos levados a reconhecer a obra de Deus nos santos e a pedir sua intercessão para crescermos na fé e na virtude.
A devoção às relíquias deve ser vivida com respeito, em um espírito de oração. A Igreja ensina que as relíquias são meios pelos quais Deus realiza milagres e concedem graças, mas nossa fé não deve se basear na relíquia em si, e sim no poder de Deus e na intercessão dos santos (CIC, n. 2138).
É essencial distinguir a veneração legítima das relíquias da superstição. Como alerta o Catecismo (n. 2111), a superstição desvirtua a verdadeira fé, quando coloca poder em objetos ou práticas, em vez de dirigir a confiança a Deus. Portanto, venerar uma relíquia é um ato de fé, e não um amuleto ou um meio de obter favores de forma mágica.
A devoção às relíquias dos santos nos convida a seguir o exemplo daqueles que viveram e morreram por Cristo, lembrando-nos de que todos somos chamados à santidade.
As relíquias são uma ponte entre a Igreja peregrina e a Igreja triunfante e, quando veneradas como a Igreja nos ensina, nos aproximam de Deus, nos inspiram a viver em santidade e nos lembram que não estamos sozinhos em nossa caminhada de fé.
Que o exemplo dos santos, nos inspire a perseverar com fidelidade em nossa caminhada rumo ao céu.