“Vida: minha história na História” será lançada no próximo dia 19 de março
Por A12 redação / Vatican News
Na última quinta-feira (14), o jornal italiano Corriere della Sera antecipou trechos do novo livro autobiográfico do Papa Francisco, “Vida: A minha história na História”, que será lançado no próximo dia 19 de março, dia de São José, pela editora HarperCollins, nos EUA e Europa.
O livro foi escrito pelo vaticanista Fabio Marchese e tem mais de 300 páginas, que contam a vida de Jorge Mario Bergoglio desde sua infância até os anos de ditadura na Argentina, seu ministério na capital portenha, até os dias atuais. Confira agora os trechos principais já divulgados:
Colocar-se a serviço dos mais frágeis
“É o que todo homem de Deus, especialmente se estiver no vértice da Igreja, deve fazer.”
Possibilidade de renúncia
“Não seria Papa emérito, mas simplesmente bispo emérito de Roma, vivendo na Santa Maria Maior para voltar a ser confessor e levar a comunhão aos enfermos. No entanto, é uma hipótese distante, porque não existem motivos tão graves para fazer pensar a esta possibilidade, nunca levada em consideração, apesar dos momentos de dificuldade. Gozo de boa saúde e, se Deus quiser, ainda há muitos projetos a realizar”
“Uma pequena paixão, é normal, caso contrário não seríamos seres humanos. Eu já tinha tido uma namorada antes, uma jovem muito dócil que trabalhava no mundo do cinema que depois se casou e teve filhos. Dessa vez, eu estava no casamento de um dos meus tios e fiquei deslumbrado com uma jovem. Ela realmente fez minha cabeça girar por causa de sua beleza e inteligência. Durante uma semana, a imagem dela estava sempre na minha mente e foi difícil para mim rezar! Felizmente, isso passou e eu me dediquei de corpo e alma à minha vocação”
A Segunda Guerra Mundial
“O uso da energia atômica para fins de guerra é um crime contra o homem, contra a sua dignidade e contra qualquer possibilidade de futuro na nossa Casa comum. Devemos ser defensores da paz e da justiça se construímos novas armas de guerra”
A ditadura na Argentina
“Um genocídio geracional, atrocidades”
O comunismo
“Falar dos pobres não significa automaticamente ser comunista, pois os pobres são a bandeira do Evangelho e estão no coração de Jesus. Nas comunidades cristãs se partilhava a propriedade: isto não é comunismo, isto é cristianismo puro!”
A defesa da vida humana
“Defender a vida, desde a concepção à morte. O aborto é homicídio, praticado por assassinos contratados, sicários, e a prática do útero de aluguel é desumana”
Depressão quando esteve em Córdoba
“Tive atitudes autoritárias. Foi um período de purificação. Eu estava muito fechado comigo mesmo, um pouco deprimido”
Relação com Bento XVI
“Bento XVI teve sua figura instrumentalizada, com propósitos ideológicos e políticos por pessoas sem escrúpulos. Polêmicas não faltaram em dez anos e fizeram mal a ambos”
Tensão Hungria X Bélgica
“Espero que Orban entenda que há sempre uma grande necessidade de unidade e rezo por Bruxelas, que parece querer uniformizar tudo, para que respeite a singularidade húngara”
Jovens e o Meio Ambiente
“Façam barulho, porque o tempo está se esgotando, não nos resta muito para salvar o planeta”
A Igreja como lugar de acolhida
“Desejo uma Igreja mãe, que abraça e acolhe a todos, mesmo quem se sente errado e quem foi julgado por nós no passado”
Bênçãos à comunidade LGBTQIAP+
“Àqueles que procuram o Senhor e que, em vez disso, foram rejeitados ou expulsos, todos são amados por Deus, especialmente os pecadores. Especialmente àquelas que receberam o batismo e são, em todos os aspectos, parte do povo de Deus. E quem não recebeu o Batismo e deseja recebê-lo, ou quem deseja ser padrinho, ou madrinha, seja bem-vindo. A doutrina da Igreja não é colocada em causa”
Uniões civis para homossexuais
“Àqueles que procuram o Senhor e que, em vez disso, foram rejeitados ou expulsos, todos são amados por Deus, especialmente os pecadores. Especialmente àquelas que receberam o batismo e são, em todos os aspectos, parte do povo de Deus. E quem não recebeu o Batismo e deseja recebê-lo, ou quem deseja ser padrinho, ou madrinha, seja bem-vindo. A doutrina da Igreja não é colocada em causa”
Novo jeito de conduzir a Igreja
“Há sempre quem tenta frear a reforma, quem gostaria de permanecer preso nos tempos do Papa-Rei, e, embora a do Vaticano seja a última monarquia absoluta da Europa, e que nela muitas vezes se fazem raciocínios e manobras de côrte, estes esquemas devem ser definitivamente abandonados”