Brasil: diminuem vocações sacerdotais e religiosas

“Situação é preocupante”, comenta bispo: “Não estamos tendo reposição com novas vocações”

Philippe Lissac | GODONG

Francisco Vêneto / Aleteia

Diminuem no Brasil as vocações sacerdotais e religiosas, segundo os dados da mais recente edição do Annuarium Statisticum Ecclesiae (Anuário Estatístico da Igreja). O compêndio, publicado em 2022, consolida as informações de 2019 e 2020.

Os dados mostram que o número de católicos batizados no planeta tem aumentado em relação à população, mas, em contrapartida, o número de sacerdotes e seminaristas vem diminuindo.

Em 2019, os seminaristas eram 114.058 em todo o mundo. Em 2020, totalizaram 111.855.

De acordo com dom João Francisco Salm, bispo de Novo Hamburgo, RS, e presidente da Comissão dos Ministérios Ordenados e da Vida Consagrada da CNBB, há congregações cuja quase totalidade dos membros é idosa, particularmente no caso feminino. “É preocupante porque, dentro de 10, 15 anos, esse pessoal não existirá mais entre nós e não estamos tendo uma reposição com novas vocações”.

Falando ao Vatican News, o bispo avalia que diminuem as vocações por causas bastante complexas, que incluem a superficialidade na vivência da fé.

Ele acrescenta que é “altamente desafiador levar o jovem ao encontro com Jesus”, porque, diferentemente das gerações anteriores, quando não apenas as famílias eram cristãs, mas também a comunidade era cristã, agora “não é mais assim: o cristão não nasce cristão; ele se faz”.

Por causa disto, o prelado considera necessário fazer o “primeiro anúncio” de Cristo às crianças e aos jovens, já que muitos pais não falam mais d’Ele e da Igreja para os filhos.

Uma iniciativa da Igreja para lidar com nova esta realidade social é lançar na próxima festa de Cristo Rei, em 20 de novembro, um Ano Vocacional no Brasil, bem como enfatizar a iniciação à vida cristã:

“Para termos vocações à vida consagrada e à vida sacerdotal, precisamos dar aos possíveis candidatos a possibilidade da experiência do encontro com Jesus. Outra coisa é que estamos num tempo de comunicações, em que crianças e jovens estão logo em contato com o mundo, com ofertas mais diferentes e nem sempre com a mesma intensidade têm contato com aqueles que são os nossos modos de participar da Igreja”.

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