“Que a alma de Frei Nemésio repouse em paz e dê a ele a paz e a luz eterna” – Cardeal Orani Tempesta
Por Emilton Rocha / Pascom
RIO DE JANEIRO – O Memorial Frei Nemésio Bernardi será inaugurado neste domingo, 23 de junho, durante uma Missa Solene que será celebrada às 18h por Frei Luiz Carlos Siqueira, ministro provincial do RJ e ES, no Santuário Basílica de São Sebastião Frades Capuchinhos. Neste dia, durante a Celebração Eucarística, os restos mortais do querido frade serão transladados para seu local definitivo, o memorial localizado na antiga capela do batismo, onde uma bela cripta sustentará uma pia de água benta. A partir daí, o próximo passo será a formação de uma equipe que irá cuidar da parte histórica e aí o frade capuchinho passará por processo de análise de beatificação.
“O Memorial Frei Nemésio é uma capela, um local de oração onde as pessoas poderão encontrar ali alguém que dedicou sua vida à Igreja, e com Cristo que está ali aonde era a antiga Capela do Batismo”, disse Frei Arles de Jesus à Pascom. Lá também estarão alguns objetos que pertenceram a ele.
Frei Nemésio faleceu na manhã do dia 4 de fevereiro de 2016, aos 88 anos de idade. Na homilia da Missa de Corpo Presente, Dom Orani Tempesta disse: “Que Frei Nemésio, agora repousando na paz, encontre com o seu Senhor e que nos ajude a continuarmos na nossa caminhada enquanto cristãos, e a comunidade de seus irmãos de hábito a perseverança, a continuação da missão que um dia receberam de perseverar com alegria e com generosidade essa bela missão de servir a Deus e aos irmãos e irmãs, anunciando o Evangelho pela vida, pelo testemunho e pela palavra. Que a alma de Frei Nemésio repouse em paz e dê a ele a paz e a luz eterna”.
“Um sacerdote simples, que fazia as coisas simples na vida. Viveu a sua vida de forma simples, como deve ser a vida de todos nós.” – Frei Luiz Carlos Siqueira, ministro provincial
Gaúcho de Veranópolis, Frei Nemésio nasceu no dia 9 de março de 1927, mas dizia que era um carioca de coração e de adoção, tendo vindo morar no Rio de Janeiro em 1964, no Convento de São Sebastião dos Capuchinhos, a partir de 1964. “Um sacerdote simples, que fazia as coisas simples na vida. Viveu a sua vida de forma simples, como deve ser a vida de todos nós. E não deixou de fazer as coisas que são próprias de um homem consagrado e de uma pessoa que abraçou o ministério sacerdotal” – lembrou emocionado Frei Luiz Carlos Siqueira, ministro provincial da Ordem dos Capuchinhos nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. De acordo com o provincial, Frei Nemésio celebrava a missa na primeira sexta-feira de manhã, tomava o café e ia atender as confissões até o meio-dia, retornando às 16h, e continuava o seu trabalho religioso até atender a última pessoa.
Um ano após sua morte, Frei Arles promoveu uma exposição em homenagem ao amigo – “Alegria de ser Capuchinho” –, aberta ao público no dia 1º de março, aniversário da Cidade do Rio de Janeiro e início da Campanha da Fraternidade em 2017. A exposição mostrava, entre outras curiosidades, o início de sua vida religiosa; sua família que é, em grande parte, composta de religiosos; alguns de seus momentos em vídeo; o tempo em que ficou como irmão; o seu quarto (remontado para a mostra), as roupas (o hábito e túnicas); a mala do tipo 007, que ele carregava consigo para dar a unção dos enfermos; santos, muitos santos; sua caixa de ferramentas; a âmbula de suas ordenação; seus objetos pessoais que ficaram no convento, inclusive a sua mala da época em que chegou ao Rio.
Também foram expostos suas homilias, seus escritos organizados em pastas, com destaque para as suas famosas frases ditas durante as bênçãos, que foram resgatadas e selecionadas para a exposição. O salão em que aconteceu o evento hoje leva o seu nome.
Em um de seus há um texto que diz: “A morte é um doce sono, que nos faz acordar nos braços do Pai, para os que amam. Ela (a morte) proporcionará o grande encontro com Deus de todas as graças. Ela será a nossa última oração e o começo de nossa suprema ventura. Não há como viver sem caminhar para a morte. Cada dia morremos um pouco. A vida e a morte andam sempre de mãos dadas.”