No longo período do agravamento da pandemia de covid 19, os capuchinhos ampliaram o seu projeto social para atender aqueles que ficaram em situação de vulnerabilidade
Emilton Rocha
No dia 13 de julho, nas dependências do Tijuca Tênis Clube, localizado na Praça Saens Peña, Rio de Janeiro, convidado, o reitor e pároco do Santuário Basílica de São Sebastião, frei Jorge de Oliveira, recebeu Moção de Louvor e Reconhecimento da Câmara Municipal do Rio pelas mãos do vereador e ex-frade capuchinho Reimont Luiz Antonio de Santa Bárbara (PT), relativo aos trabalhos realizados pela igreja, principalmente durante a fase mais aguda da pandemia de covid 19, em especial no bairro da Tijuca.
O convite foi feito a várias entidades, entre colégios, associações de moradores, grupos de ongs, escolas de samba, pessoas e organizações que participam de movimentos populares – como moradores de rua, apoio aos pobres e formação de liderança, entre outros – os quais tiveram seus trabalhos reconhecidos.
– Foi um momento muito bonito, de uma simplicidade muito grande e um sentido profundo de reconhecimento pelo trabalho dos frades capuchinhos no bairro da Tijuca, que celebra os seus 263 anos de existência – afirmou frei Jorge de Oliveira.
No longo período da pandemia os capuchinhos ampliaram o seu projeto social para atender aqueles que ficaram em situação de vulnerabilidade devido à covid 19. Se há três décadas cerca de 50 famílias eram assistidas mensalmente com cestas básicas, esse número foi multiplicado por nove no ápice da pandemia, justamente quando o templo estava com as portas físicas fechadas para a comunidade.
Naquele momento, as janelas das redes sociais se abriram de forma intensa para solicitar doações e também para receber pedidos de ajuda. Isso levou os frades a incluir aquelas pessoas no projeto social do santuário, que passou a contemplar 450 famílias com cestas básicas. Esse esforço demandou quatro toneladas e meia de alimentos por mês, além de material de limpeza, produtos de higiene pessoal, máscaras etc. do R
A Igreja de São Sebastião dos Capuchinhos, inaugurada em 15 de agosto de 1931, foi trazida do Morro do Castelo, edificada em 1567 e reconstruída por Salvador de Sá em 1583.
A procissão de São Sebastião no Rio de Janeiro, no dia 20 de janeiro, foi declarada patrimônio cultural carioca em 2014, assim como a “bênção dos capuchinhos ou barbudinhos”, concedida pelos frades capuchinhos toda primeira sexta-feira do ano reúne milhares de devotos. Em 2015, o prefeito Eduardo Paes declarou o templo como “especial valor afetivo para os cariocas”.
A história tijucana remonta um período bem anterior à nossa colonização, antes da ocupação jesuítica e da posterior expulsão dos religiosos, em 1759. As terras que hoje conhecemos como Grande Tijuca, composta atualmente pelo Andaraí, Maracanã, Praça da Bandeira, Muda, Usina, Alto da Boa Vista e pela própria Tijuca, já eram há muito ocupadas pelos índios tupinambás.