Neste período somos convidados a vivenciar 50 dias como um único Domingo de Páscoa.
Por Laís Silva / A12 Redação
O tempo litúrgico é um tema que desperta dúvidas em muitas pessoas, principalmente em relação às celebrações. Hoje estamos vivendo o Tempo Pascal, período que dura 50 dias e finaliza com a celebração de Pentecostes.
No Tempo Pascal, temos a Oitava de Páscoa, que é a soma entre o Domingo de Páscoa e os próximos sete dias, terminando na Festa da Divina Misericórdia, no domingo seguinte.
O costume de estender algumas festividades para além do seu próprio dia acontece desde o século III, e tem o intuito de prolongar as festividades para serem comemoradas por oito dias inteiros. Esta tradição foi preservada no rito romano e em vários ritos orientais.
O costume de estender algumas festividades para além do seu próprio dia acontece desde o século III, e tem o intuito de prolongar as festividades para serem comemoradas por oito dias inteiros. Esta tradição foi preservada no rito romano e em vários ritos orientais.
Pe. Gerson Schmidt refletiu sobre este tempo tão importante para todos os cristãos católicos e explicou as origens desta tradição, que teve início com tradições batismais que duravam por oito dias, tornando esse período uma celebração contínua
Com o passar dos anos, as tradições batismais que duravam oito dias pararam de ser realizadas, mas a celebração da Páscoa, de um domingo ao outro, ganhou ainda mais força, já que esta é a principal celebração do Calendário Litúrgico da Igreja Católica.
“A Páscoa não é uma celebração qualquer, mas a celebração das celebrações, a noite das noites. Para a Páscoa convergem todas as celebrações e ações eclesiais. Nós não celebramos a Páscoa. É a Páscoa que se celebra em nós. É a Páscoa que vem com potência a nós, onde Deus irrompe com o seu poder e nos convida a sair de nossos Egitos, de nossas trevas, das escravidões e vícios, graças ao Redentor-Ressuscitado”.
É comum que muitas pessoas se confundam ao pensarem que a Oitava Pascal são oito celebrações diferentes, quando, na verdade, ela é uma única celebração que consiste em vivenciar a Alegria da Ressurreição do Senhor, assim como o Tempo Pascal completo.
“A Oitava da Páscoa é como o mesmo e único dia Pascal, estendido também até Pentecostes. São 50 dias pascais, como se fosse uma única celebração em tom de aleluia, alegria, louvor, júbilo e festa”.
E continuou: “Na Igreja Primitiva, o Mistério Pascal era celebrado não só nos três dias de Tríduo, mas também nas sete semanas seguintes, conhecidas como o ‘Tempo Pascal dos 50 dias’, como acorda o termo grego Pentecoste (50 dias)”.
O texto do Dicastério para a Evangelização explica que “a normativa litúrgica aconselha os cristãos a celebrarem os 50 dias que se sucedem do domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes”, com alegria e festa, como um grande domingo de Páscoa.
E é por este motivo que durante este período na Liturgia os domingos não são chamados de domingo depois da Páscoa e também não são domingos do Tempo Comum, mas sim “Domingos da Páscoa”.
Na verdade, toda Missa é uma celebração continua da Páscoa, mas no Calendário Litúrgico vivenciamos e refletimos especificamente esses 50 dias como um único Domingo.
“As variadas ações eclesiais são todas pequenas celebrações e desdobramentos da grande Páscoa, do esplendor do Mistério Pascal. Somos todos filhos desta Igreja que redescobriu o valor e o sentido da Páscoa. Em outras palavras, somos filhos da Páscoa, filhos no Filho, pelo mergulho batismal gestado na Vigília Pascal. O movimento litúrgico, bíblico e toda a renovação conciliar trouxeram esse dinamismo a Páscoa, para colocar em movimento a história e o mundo todo nessa dinâmica salvífica”.
Fonte: Vatican News