“Este é um alerta importante para nossas vidas, para a nossa sociedade frequentemente prisioneira da pressa, mas também para a Igreja e para o serviço pastoral: devemos estar atentos à ‘ditadura do fazer’!”
Walter Sánchez Silva / ACI Digital
“Nas famílias, o pai e a mãe deveriam ter tempo para compartilhar com os filhos, para cultivar esse amor familiar e não cair na ditadura do fazer”, disse o papa Francisco antes de rezar a oração do Ângelus hoje (21) na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Ele fez uma reflexão sobre o Evangelho de hoje (Mc 6, 30- 34) no qual Jesus tem compaixão dos discípulos e os convida ao descanso.
O papa Francisco disse que, na vida cotidiana, “o entusiasmo em realizar a missão, assim como as responsabilidades e as tarefas que nos são confiadas, nos tornam vítimas do ativismo, excessivamente preocupados com as coisas a fazer e com seus resultados”.
“Este é um alerta importante para nossas vidas, para a nossa sociedade frequentemente prisioneira da pressa, mas também para a Igreja e para o serviço pastoral: devemos estar atentos à ‘ditadura do fazer’!”, continuou.
Segundo Francisco, “isso pode acontecer por necessidade, também nas famílias, quando, por exemplo, o pai, para ganhar o pão, é obrigado a se ausentar para trabalhar, sacrificando assim o tempo que poderia dedicar à família. Muitas vezes ele sai de manhã cedo, quando as crianças ainda estão dormindo, e volta tarde da noite, quando já estão na cama. E isso é uma injustiça social”.
“Vamos pensar no que podemos fazer para evitar que as pessoas sejam forçadas a viver assim”, pediu o papa Francisco.
“O descanso proposto por Jesus”, continuou ele, “não é uma fuga do mundo”. “Só se aprendermos a descansar poderemos ter compaixão”
“De fato, é possível ter um olhar compassivo, que consegue perceber as necessidades do outro, somente se o nosso coração não estiver consumido pela ansiedade de fazer, se soubermos parar e, no silêncio da adoração, receber a Graça de Deus”.
Portanto, continuou Francisco, “podemos nos perguntar: Eu sei parar durante os meus dias? Sei dedicar um momento para estar comigo mesmo e com o Senhor, ou estou sempre tomado pela pressa das tarefas a realizar?”.
“Sabemos encontrar um pouco de ‘deserto’ interior em meio aos ruídos e às atividades de cada dia?”
Para concluir, o papa Francisco rezou para que “a Virgem Santa nos ajude a descansar no Espírito mesmo em meio a todas as atividades cotidianas, e a sermos disponíveis e compassivos com os outros”.