Por que rezamos o Credo durante a Santa Missa?

Na passagem entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, esta oração resume nossa fé em Deus, através da Igreja Católica Apostólica Romana

Gustavo Cabral – A12

A12 Redação / Alberto Andrade

Uma das orações mais tradicionais de nossa Igreja, o Credo (ou Creio) é um resumo da fé católica, recebida dos Apóstolos, e que a Igreja recolhe para oferecê-la aos fiéis ao longo dos anos. Por isso, na Santa Missa, esta oração é chamada de Profissão de Fé.

“A Igreja, espalhada hoje pelo mundo inteiro, recebeu dos apóstolos e de seus discípulos a fé num só Deus, Pai e Onipotente, que fez o céu e a terra (…). Essa é a doutrina que a Igreja recebeu; e essa é a fé que, mesmo dispersa no mundo inteiro, a Igreja guarda com zelo e cuidado, como se tivesse a sua sede numa única casa. E todos são unânimes em crer nela, como se ela tivesse uma só alma e um só coração. Essa fé anuncia, ensina, transmite como se falasse uma só língua”, diz Santo Irineu, doutor da Igreja.

“O símbolo, ou profissão de fé, tem como finalidade permitir que todo o povo reunido, responda à palavra de Deus anunciada nas leituras da Sagrada Escritura e exposta na homilia, e que, proclamando a regra da fé, segundo a fórmula aprovada para o uso litúrgico, recorde e professe os grandes mistérios da fé, antes de começarem a ser celebrados na Eucaristia”.

O parágrafo 68 da Instrução Geral do Missal Romano nos mostra que a oração conhecida como Profissão de Fé conclui a Liturgia da Palavra e a homilia feita pelo celebrante.

Trata-se de um rito em que a assembleia, de pé, renova o compromisso de pautar sua vida na Palavra do Senhor, aguardando a plena realização de seu Reino. O Credo nos capacita a entrar no ministério intercessor dos santos pela “oração dos fiéis”. Portanto, não deve ser reduzida à simples recitação de uma oração decorada.

Thiago Leon

Esta parte da Missa chamamos de Creio ou Credo. Essa última palavra, credo, desperta uma certa curiosidade, porque utilizamos muito na forma de interjeição, demonstrando rejeição ou espanto, como quando alguém nos conta uma tragédia e reagimos com um “credo!”

Na realidade, Credo em latim é o mesmo que Creio em português, sendo a primeira palavra de nossa proclamação de fé.

Assim como o Hino de Louvor, o Credo não está presente em todas as Missas. A profissão de fé deve ser cantada ou recitada pelo sacerdote juntamente com o povo em todos os Domingos (incluindo os da Quaresma e os do Advento) e nas solenidades. Pode também dizer-se em celebrações especiais mais solenes.

Em algumas ocasiões especiais em que a Liturgia inclui a renovação das promessas do Batismo, o Credo é omitido; ou, melhor dizendo, apenas parece omitido, porque o próprio rito da renovação das promessas inclui o texto do Credo adaptado à forma de perguntas do celebrante, às quais respondem afirmativamente os fiéis.

Assim como mostramos neste post aqui do A12, podem ser rezados a versão do Credo, chamada de Símbolo dos Apóstolos (Creio em Deus Pai Todo Poderoso, Criador do céu e da terra….) mais comum nas celebrações, ou o Credo Niceno-Constantinopolitano (Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso…) para celebrações mais solenes.

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