Antes de embarcar em seu voo para Malta hoje (2) Francisco saudou um grupo de 15 refugiados, incluindo mães e crianças que chegaram a Roma da Ucrânia
ACI Digital
O papa Francisco falou na manhã de hoje (2) durante o voo papal a Malta, sobre uma possível viagem a Kiev, capital da Ucrânia.
Questionado por um jornalista sobre se estava pensando em aceitar o convite das autoridades de Kiev para visitar a capital ucraniana assediada, o papa respondeu que “sim, está na mesa”, segundo informou o correspondente da NBC News, Claudio Lavanga.
Caso esta viagem aconteça, seria mais uma demonstração dos esforços da Santa Sé para acabar com o conflito na Ucrânia.
No final de março, o núncio apostólico na Ucrânia, dom Visvaldas Kulbokas, disse que esta viagem é logisticamente viável, mas improvável de acontecer devido aos contínuos ataques de mísseis e artilharia russos.
O papa já se manifestou várias vezes a favor da paz na Ucrânia em suas audiências gerais e discursos do Ângelus desde o início da guerra.
De fato, antes de embarcar em seu voo para Malta hoje (2) Francisco saudou um grupo de 15 refugiados, incluindo mães e crianças que chegaram a Roma da Ucrânia.
Segundo a Santa Sé, entre os refugiados estava uma mãe de dois filhos, de cinco e sete anos, que viajaram para a Itália para fazer uma operação no coração de sua filha.
O papa se encontrou com este grupo na Casa Santa Marta, sua residência na Cidade do Vaticano, junto com o esmoleiro papal, cardeal Konrad Krajewski, que atuou como enviado da Santa Sé à Ucrânia.
No seu discurso às autoridades civis de Malta, que foi hoje às 11h50 (6h50 no horário de Brasília), o papa condenou a violência na Ucrânia e pediu “a moderação humana face à agressividade infantil e destrutiva que nos ameaça, frente ao risco duma ‘guerra fria alargada’ que pode sufocar a vida de gerações e povos inteiros!”
“Infelizmente, aquele ‘infantilismo’ não desapareceu. Ressurge prepotentemente nas seduções da autocracia, nos novos imperialismos, na difusa agressividade, na incapacidade de lançar pontes e começar pelos mais pobres”, disse.
“Mais uma vez um poderoso qualquer, tristemente fechado em anacrônicas reivindicações de interesses nacionalistas, provoca e fomenta conflitos, a gente comum sente a necessidade de construir um futuro que será vivido conjuntamente por todos ou então não subsistirá. Agora, na noite da guerra que caiu sobre a humanidade, por favor não façamos evaporar-se o sonho da paz”, concluiu o papa.