Papa deplora aprovação da eutanásia no país que recebeu Nossa Senhora de Fátima

Deputados de Portugal aprovaram “uma lei para matar”, criticou Francisco, declarando-se “muito triste”

Papa Francisco reza diante de imagem de Nossa Senhora de Fátima / Francisco Leoung | AFP

Francisco Vêneto / Aleteia

Nesta última sexta-feira, 12 de maio, a Assembleia da República Portuguesa aprovou a lei da eutanásia. Neste último sábado, 13 de maio, o mesmo Portugal celebrou a festa de Nossa Senhora de Fátima, que apareceu justamente naquele país, a três crianças, em 1917.

No mesmo sábado, o Papa Francisco criticou a nova lei portuguesa, traçando um paralelo com o fato de que o país foi privilegiado pelas importantíssimas aparições de Maria em Fátima:

“Hoje estou muito triste, porque, no país onde apareceu Nossa Senhora, foi promulgada uma lei para matar. Mais um passo na grande lista de países com eutanásia”.

Francisco se manifestou durante um encontro com centenas de representantes da União Mundial das Organizações Femininas Católicas (WUCWO), na Sala Paulo VI, no Vaticano.

Ele falou de modo espontâneo, em espanhol, sem que houvesse previsão desse tema no discurso oficialmente preparado.

Eutanásia aprovada em Portugal

Os deputados da Assembleia da República Portuguesa aprovaram o Decreto nº 43/XV, que trata da assim chamada “morte medicamente assistida”. O texto estabelece que a eutanásia só pode ser praticada se o suicídio assistido for impossível por incapacidade física do doente.

Em abril, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa havia devolvido o decreto ao Parlamento. Nesta sexta-feira, porém, ele declarou que não há a possibilidade de declarar “objeção de consciência” para voltar a recusar a promulgação da eutanásia. “Não tenho mais nada a dizer”, afirmou, acrescentando: “Quando jurei a Constituição, jurei a Constituição toda”.

O Papa recorda Fátima

Por sua vez, o Papa evocou no Vaticano as celebrações de 13 de maio e recordou que é a data em que “se celebram as aparições da Virgem Mãe aos Pastorzinhos”. Francisco prosseguiu:

“Pensando na Virgem, olhemos para Maria como modelo de mulher por excelência, que vive em plenitude um dom e uma tarefa: o dom da maternidade e a tarefa de cuidar dos seus filhos, na Igreja (…) Voltando a Fátima: no meio do silêncio e da solidão dos campos, uma mulher bondosa e cheia de luz encontra-se com umas crianças pobres e simples. Como todas as grandes coisas que Deus faz, o que caracteriza a cena é a pobreza e a humildade”.

Esses pastorzinhos, comparou Francisco, representam toda a humanidade, “desconcertada e assustada perante situações que a colocam em crise”. E finalizou convidando os fiéis a refletirem:

“O que faz Maria forte? O que deu força aos pastorzinhos para fazerem o que ela lhes pedia? Qual o segredo que transformou essas pessoas frágeis e pequenas em testemunhas da alegria do Evangelho? Queridas irmãs, o segredo de todo o discipulado e da disponibilidade para a missão está em cultivar essa união, uma união que vem de dentro”.

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