Os anjos cabalísticos são os mesmos da fé católica?

O pe. Cido Pereira exorta os fiéis a se aterem ao que os Evangelhos ensinam a respeito dos anjos

Arcanjos / Wellcomeimages-(CC BY 4.0)-modified

Pe. Cido Pereira / Aleteia

Em sua coluna de perguntas e respostas no portal O São Paulo, o pe. Cido Pereira esclareceu recentemente uma dúvida enviada pela leitora Viviane Aparecida, que quis saber o que são os assim chamados “anjos cabalísticos”.

O pe. Cido começou explicando que “os anjos são seres espirituais, invisíveis, que louvam a Deus no céu e são encarregados de uma missão aos homens”.

A partir desta descrição, ele recordou que “a Bíblia fala dos anjos maus ou demônios e dos anjos bons” e que “três anjos bons são citados: São Miguel, São Gabriel e São Rafael”. Ele também observa, no entanto, que “há outros nomes bíblicos para grupos de anjos” e que, a este respeito, “um escritor cristão chamado Dionísio classificou-os em nove grupos: Serafins, Querubins, Tronos, Dominações, Virtudes, Potestades, Principados, Arcanjos e Anjos”.

Mas, afinal, o que quer dizer a palavra “cabalístico”?

O pe. Cido explica que ela vem da palavra “cabala”, que ele descreve como “um movimento que mistura um pouco de superstição, esoterismo, buscando símbolos na Bíblia, quase como que um grande liquidificador em que se misturam a Bíblia, astrologia, divindades pagãs, superstições, misticismo, numerologia etc”. O sacerdote acrescenta que, segundo algumas teorias, a cabala teria tido início durante o cativeiro dos hebreus na Babilônia. Os “anjos cabalísticos”, portanto, são os anjos conforme são entendidos pela cabala.

Para o pe. Cido, “hoje falar de anjos virou moda”. Afinal, observa ele, “há até quem ganhe dinheiro vendendo livros e falando de anjos. Há quem até se esqueça de Jesus para falar de anjos. Que pena! Perder tempo falando nisso quando deveríamos garantir às pessoas o direito de conhecer, amar e servir a Jesus, o único mediador entre Deus e os homens”.

Mas então os católicos não devem dar importância aos anjos? Sim, devem, desde que seja na justa medida. O pe. Cido ressalta:

“Fiquemos apenas com o que nos ensinam os Evangelhos. Os anjos são mensageiros de Deus. Eles cuidam de nós e nos ajudam a entender o que Deus quer em nossa vida. É claro que eles não falam como nós falamos. Eles são espíritos, mas estão diante de Deus intercedendo por nós”.

O sacerdote também relembra que o Catecismo da Igreja Católica “fala longamente sobre os anjos” e, no final, apresenta este resumo:

“Os anjos são criaturas espirituais que glorificam a Deus sem cessar e servem aos seus desígnios salvíficos em relação às demais criaturas. Os anjos prestam a sua cooperação a tudo quanto diz respeito ao nosso bem. Os anjos cercam a Cristo, seu Senhor. Servem-no particularmente no cumprimento de sua missão salvífica para com os homens. A Igreja venera os anjos que a ajudam na sua peregrinação terrestre e protegem a cada ser humano…” (cf. Catecismo 350-351).

Isso posto, o pe. Cido conclui: “Podemos dizer que os anjos são mais um presente de Deus para cada um de nós”.

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