O que é preciso para ser catequista?

Alguns requisitos práticos exigidos para este ministério laical

Por Ricardo Sanches / Aleteia

Para ser catequista é preciso, antes de mais nada, atender ao chamado de Deus para esta “função” tão importante. Ser catequista, de fato, é uma vocação. É preciso estar disposto a contribuir com a missão evangelizadora da Igreja, a ser um trampolim para a iniciação na vida cristã, a fazer ressoar a Palavra de Deus no coração das pessoas.

Atender a esse chamado implica, principalmente, ter a humildade de querer servir a comunidade e ajudar crianças, jovens e adultos a trilhar no caminho que leva ao Senhor.

O que é preciso para ser catequista?

Na prática, cada diocese define a forma como escolhe seus catequistas. Geralmente, o convite vem do próprio pároco. Mas é possível também se candidatar para a função, que recentemente se tornou ministério (leia mais abaixo).

De maneira geral o catequista (ou a catequista) deve ter recebido os sacramentos do Batismo, da Eucaristia e da Confirmação. É preciso também ter uma presença ativa na própria comunidade, conhecer a Bíblia e ter paciência e didática para lidar com crianças e jovens.

Algumas dioceses também exigem um curso de preparação específico para catequistas. Essa preparação pode levar até dois anos.

O Ministério do Catequista

Em 2021, o Papa Francisco publicou a carta apostólica Antiquum Ministeriuum, através da qual instituiu o Ministério de Catequista. No documento, o pontífice reforça os requisitos necessários para o ministério laical:

“Convém que, ao ministério instituído de Catequista, sejam chamados homens e mulheres de fé profunda e maturidade humana, que tenham uma participação ativa na vida da comunidade cristã, sejam capazes de acolhimento, generosidade e vida de comunhão fraterna, recebam a devida formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica, para ser solícitos comunicadores da verdade da fé, e tenham já maturado uma prévia experiência de catequese (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Christus Dominus, 14; CIC cân. 231 §1; CCEO cân. 409 §1). Requer-se que sejam colaboradores fiéis dos presbíteros e diáconos, disponíveis para exercer o ministério onde for necessário e animados por verdadeiro entusiasmo apostólico.”

No site Catequista em Formação, a catequista Ângela Rocha escreveu: “Por esta ‘lista’ já se pode antever que não será assim tão fácil ser um ‘ministro da catequese’. E nem poderia ser diferente, já que esta é uma missão importante demais para a Igreja, que precisa de uma evangelização integral se quiser atingir a todos.”

Existe idade mínima para ser catequista?

Outra dúvida bastante comum é se existe ou não uma idade mínima exigida para os candidatos a catequista.

Na verdade, nenhum documento discorre especificamente sobre isso. Entretanto, na Antiquum Ministerium, Francisco diz que o catequista precisa ter “maturidade humana”. Desse termo, podemos inferir que espera-se que o candidato à função tenha experiência pessoal de vida para que possa transmiti-las aos catequizandos.

Vale lembrar que essa “maturidade” não necessariamente está relacionada à idade. Assim, uma pessoa mais velha pode não ter tantas experiências de vida e de fé relevantes para repassar durante a catequese. Por outro lado, um jovem pode ter testemunhos importantes que irão contribuir para a boa formação religiosa dos catequizandos.

Além disso, “maturidade humana” também se refere ao equilíbrio psicológico tão necessário nessa missão.

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