Fotos: Wikipedia
Maria e os apóstolos ficaram em oração esperando o Santo Espírito, promessa de Cristo para todos nós
Por Alberto Andrade / A12 Redação
“Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Paráclito para ficar sempre convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece. Mas vós o conheceis, porque ele mora convosco e estará em vós” (Jo 14,16-17)
Neste domingo (19), seguinte à Ascensão do Senhor, a Igreja festeja a Solenidade de Pentecostes, a descida do Espírito Santo sobre os Apóstolos, que estavam reunidos no mesmo lugar, em Jerusalém, como um vento impetuoso, que encheu toda a casa e onde apareceram como que línguas de fogo que pousavam sobre cada um deles e ficaram repletos deste Paráclito e Defensor.
Pentecostes é a festa da unidade na diversidade, é a festa da luz diante das trevas do pecado e da morte. É a festa do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Listamos aqui os fatos que aconteceram neste intervalo, do que os apóstolos fizeram entre a Ascensão de Jesus e o Pentecostes.
Dedicação total à oração
Quando o Senhor elevou-se ao Céu, os discípulos e Nossa Senhora deixaram o Monte das Oliveiras, voltaram a Jerusalém e se reuniram no Cenáculo para orar, local onde Cristo realizou a Última Ceia, às vésperas de sua crucificação.
“Eram Pedro e João, Tiago e André, Filipe e Tomé, Bartolomeu e Mateus; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, o Zelota; e Judas, filho de Tiago. Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele”. (At 1, 12-14)
Matias no lugar de Judas
Além de continuarem nas orações, as atividades dos seguidores de Cristo continuaram, como é relatado nos Atos dos Apóstolos, quando Matias é eleito para substituir Judas Iscariotes, após trair Jesus por algumas moedas.
Sua eleição foi feita por um sorteio, após a Ascensão do Senhor, pela proposta de Pedro, que em poucas palavras fixou três requisitos para o ministério apostólico: pertencer ao grupo de Jesus desde o começo, ser chamado e enviado.
“Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, mostra-nos qual destes dois escolheste para ocupar o lugar que Judas abandonou, no ministério do apostolado, para dirigir-se ao lugar que era o seu. Lançaram sortes sobre eles, e a sorte veio a cair em Matias, que foi então contado entre os doze apóstolos”. (At 1, 24-26)
A preparação da festa judaica de Pentecostes
Os discípulos e Nossa Senhora também fizeram os preparativos necessários para o pentekosté, nome grego para o festival conhecido como Festa das Semanas ou Festa da Colheita, quando o povo oferecia a Deus os primeiros frutos que a terra tinha produzido. Mais tarde, tornou-se também a festa da renovação da Aliança do Sinai.
Trata-se, juntamente com o Pessach (Páscoa Judaica) e o Sucot (Festa das Tendas), de uma das três festas de peregrinação de Israel, durante as quais cada homem adulto era obrigado a estar presente em Jerusalém (Ex 23, 14-17).
Isso ajuda a explicar por que estavam todos presentes na cidade e também nos dá uma ideia do que podem ter feito durante aquele período.
A partir desse momento, da efusão do Santo Espírito, nasce a Igreja Missionária, que conta com os discípulos para anunciar o Reino de Deus. Jesus deu o exemplo, pregou a Boa Nova, se entregou à morte na cruz e, a partir da sua Ressurreição, deu a missão de evangelizar aos discípulos. Mas não os deixou jogados à própria sorte, pois enviou o Espírito Santo.
Este é o dom dado por Deus para que possamos guardar e compreender as palavras de Jesus. Através desse espírito, os discípulos compreenderam a linguagem do amor. É esse amor, anunciado por Cristo em todos os seus atos, até se entregar à morte na cruz, que deve ser o sinal do cristão.
Dom Orlando Brandes explica sobre Nossa Senhora no Cenáculo