“O plástico é proibido no Vaticano”, diz papa Francisco no Dia Mundial do Meio Ambiente

Mais de cinquenta anos depois da primeira conferência sobre o meio ambiente em Estocolmo, em 5 de junho de 1972, auspiciada pelas Nações Unidas, muitas coisas mudaram, disse o papa Francisco

O papa recebeu Christopher John Kempczinski, presidente da McDonald’s Corporation, em audiência hoje (5). / Vatican Media

Ary Waldir Ramos Díaz / ACI Digital

O papa Francisco disse hoje (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, que no Vaticano “o plástico é proibido” e que a contaminação causada por este material é uma ameaça à vida.

Francisco falou do problema da contaminação causada pelo plástico no mar durante uma audiência com os promotores da quarta edição do Festival Verde e Azul, que acontecerá em Milão, Itália, nos dias 19 e 20 de outubro. O objetivo da iniciativa é promover uma grande plataforma de comunicação que ofereça soluções concretas sobre meio ambiente para este século.

O papa recordou também que hoje recebeu em audiência privada Christopher John Kempczinski, presidente da McDonald’s Corporation, rede de restaurantes de fast food, e mencionou um detalhe relacionado à política de proteção ambiental aplicada na Cidade do Vaticano.

“Hoje vieram alguns do grupo McDonald’s”, disse o papa. “Disseram que aboliram o plástico e tudo é feito com papel reciclável, tudo… O plástico é proibido no Vaticano. E conseguimos 93%, disseram eles, sem plástico. São passos, verdadeiros passos que devemos continuar”, disse.

Mais de cinquenta anos depois da primeira conferência sobre o meio ambiente em Estocolmo, em 5 de junho de 1972, auspiciada pelas Nações Unidas, muitas coisas mudaram, disse o papa Francisco.

O papa também lembrou a Conferência sobre Mudança Climática de Paris e acrescentou: “Os especialistas destacam claramente como as escolhas e ações implementadas nesta década terão impactos por milhares de anos”.

Ele também disse que “o fenômeno das mudanças climáticas nos lembra com insistência as nossas responsabilidades: afeta particularmente os mais pobres e frágeis, aqueles que menos contribuíram para a sua evolução. É primeiro uma questão de justiça e depois de solidariedade”.

Francisco denunciou a cultura do descarte e a necessidade de “boas práticas”, seguindo o exemplo dos pescadores de San Benedetto del Tronto, no centro da Itália, que, apesar dos gastos que isso implicava, decidiram ajudar na limpeza do mar extraindo o plástico que caia em suas redes.

O papa contou o que os pescadores lhe disseram há alguns anos: “Para nós, no início, a escolha era um pouco difícil, porque trazer plástico em vez de peixe não nos dava dinheiro. Mas havia algo: o amor pela criação era maior. Aqui estão o plástico e os peixes… E assim seguiram adiante. Mas custa”.

O papa Francisco disse que proteger o mar “custa dinheiro! É necessário acelerar esta mudança de rumo em favor de uma cultura do cuidado, como se cuidam das crianças, que coloque no centro a dignidade humana e o bem comum”.

É uma questão de vida que se alimenta daquela “aliança entre o ser humano e o ambiente que deve ser um espelho do amor criador de Deus, de quem viemos e para o qual caminhamos”, disse o papa Francisco, recordando algumas palavras de Bento XVI.

“Não roubemos às novas gerações a esperança de um futuro melhor”, concluiu Francisco.

Artigo anteriorComo usar melhor as redes sociais, segundo o Vaticano
Próximo artigoPapa Francisco passou por exames de rotina no hospital