O Papa: embaixadores da esperança contra o tráfico de pessoas que destrói a dignidade humana

Vítima do tráfico humano (Copyright Marlon Lopez MMG1design. All rights reserved.)

Na Mensagem para o décimo primeiro Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, celebrado neste sábado, 08/02, Francisco exorta todos a “um grande esforço” para banir a exploração e o tráfico, que nascem das injustiças e das guerras. O Pontífice também incentiva a olhar para os jovens que, em todo o mundo, lutam “com tenacidade e amor”, ouvindo as vítimas.

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Existem perguntas importantes que exigem resposta na mensagem do Papa para o décimo primeiro Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas, cujo tema é: “Embaixadores da esperança: juntos contra o tráfico de pessoas”. “Um fenômeno complexo – escreve Francisco – em constante evolução, que se alimenta de guerras, conflitos, fomes e das consequências das mudanças climáticas.”

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E assim, se pergunta, “como é possível continuar alimentando a esperança diante de milhões de pessoas, especialmente mulheres e crianças, jovens, migrantes e refugiados, presos nesta escravidão moderna?” Onde podemos encontrar um novo impulso “para combater o comércio de órgãos e tecidos humanos, a exploração sexual de meninos e meninas, o trabalho forçado, incluindo a prostituição, o tráfico de drogas e o tráfico de armas?” “Como podemos ver tudo isso no mundo e não perder a esperança?” A resposta do Papa Francisco é simples e clara.

Somente elevando o olhar para Cristo, nossa esperança, podemos encontrar a força para um compromisso renovado que não se deixa vencer pela dimensão dos problemas e dos dramas, mas trabalha nas trevas para acender chamas de luz, que juntas podem iluminar a noite até ao amanhecer.

Jovens, uma luz de esperança

Chamas de luz são os jovens que lutam contra esta chaga. “Eles nos dizem”, escreve o Papa, “que devemos tornar-nos embaixadores da esperança e agir em conjunto, com tenacidade e amor; que precisamos estar ao lado das vítimas e dos sobreviventes”. Somente com a ajuda de Deus é possível vencer a tentação de pensar que o tráfico de pessoas nunca será erradicado, se podemos criar “com coragem e eficiência, iniciativas específicas para enfraquecer e combater os mecanismos econômicos e criminosos que lucram com o tráfico de pessoas e a exploração”. É o Espírito do Senhor que, soprando, nos mostra o caminho.

Ensina-nos, antes de tudo, a escutar, com proximidade e compaixão, as pessoas que sofreram a experiência do tráfico, para ajudá-las a se reerguer e, junto com elas, identificar as melhores formas de libertar outras pessoas e realizar a prevenção.

Em defesa da dignidade humana

O apelo do Papa na luta contra este fenômeno, que “exige respostas globais e um esforço comum”, é trabalhar, governos e organizações em primeiro lugar, “para promover iniciativas em defesa da dignidade humana, para a eliminação do tráfico de pessoas em todas as suas formas e para a promoção da paz no mundo”.

Juntos, podemos fazer um grande esforço e criar as condições para que o tráfico de pessoas e a exploração sejam proibidos e o respeito pelos direitos humanos fundamentais prevaleça sempre, no reconhecimento fraterno da humanidade comum.

Nesta tarefa, Francisco pede a proteção de Santa Josefina Bakhita, uma jovem religiosa sudanesa que foi vítima do tráfico humano desde a infância e que se tornou um símbolo do compromisso contra o fenômeno e cuja memória litúrgica é celebrada em 8 de fevereiro. “Neste ano jubilar nós caminhamos juntos“, conclui o Papa, “como ‘peregrinos da esperança’, também no caminho do combate ao tráfico de pessoas”.

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