“Não tenham medo”, repetiu o Papa Francisco em sua homilia durante a missa final da JMJ. Ao voltarem para casa, os cerca de 1,5 milhão de peregrinos que participaram do evento levam consigo a força da esperança em seu futuro, vivendo sua fé católica
Cyprien Viet – Isabella H. de Carvalho / Aleteia
Sob o sol quente de Portugal, o Papa Francisco concluiu a Jornada Mundial da Juventude de Lisboa incentivando os jovens a “brilhar, ouvir e não ter medo” quando voltarem para seus países espalhados pelo mundo. Cerca de 1,5 milhão de pessoas estiveram no Parque Tejo, margeado pelo rio de mesmo nome, e nas ruas ao redor, para participar da missa final da JMJ de Lisboa. Após a vigília da noite anterior, muitos dormiram em sacos de dormir e colchões, colocados sob as estrelas, para aguardar a missa com o Papa na manhã seguinte. Admirados com a presença do Papa, os jovens se sentiram encorajados a se levantar e viver sua fé católica, enquanto embarcam em suas jornadas de volta para casa.
“Não irradiamos luz colocando-nos sob os holofotes, projetando uma imagem perfeita ou aparentando ser poderosos e bem-sucedidos. Não, irradiamos luz quando acolhemos Jesus em nossos corações e aprendemos a amar como ele”, disse o Papa Francisco em sua homilia. Como de costume durante a JMJ, o Papa Francisco improvisou uma parte de seu discurso, mas se concentrou em dizer aos peregrinos para “ouvir” Jesus lendo o Evangelho. Ecoando o apelo de João Paulo II durante a JMJ de 2000 em Roma, o Papa Francisco repetiu várias vezes “não tenham medo”.
Momentos especiais que os peregrinos levarão para casa
“A parte sobre o levantar me emocionou. A fé é difícil, mas com Deus tudo é possível e as palavras do Papa disseram exatamente isso”, disse Eugênia, uma mãe portuguesa que tinha sua filha de dois anos, Ana Beatriz, presa firmemente às costas, enquanto cochilava após a noite intensa. “Espero que minha filha venha à JMJ no futuro e que eu possa transmitir o que recebi aos meus filhos.”
Para Paul, um francês de 23 anos, essa missa foi particularmente importante, pois ele pôde celebrar sua primeira comunhão. “Eu não entendi tudo o que o Papa disse, porque eu não tinha um rádio, mas mesmo assim foi super intenso, super bonito”, disse ele animado. Apesar das dificuldades técnicas, esse momento especial só aumentou seu entusiasmo para o futuro: “Com certeza voltarei para a JMJ na Coreia em 2027 e também para o Jubileu da Juventude em 2025 em Roma.”
A emoção de estar apenas na JMJ
“Estávamos muito cansados, mas esta missa foi um presente, uma grande bênção para nós, e estamos cheios de alegria”, disse Raphaella, uma filipina que vive em Abu Dhabi, que veio com um grupo de 150 pessoas do Vicariato Apostólico do Norte da Arábia. “Nossa presença aqui é um milagre!”
Malia, 22 anos, do Reino de Tonga, no Pacífico, disse que a missa e outras celebrações espirituais das quais participou nesta JMJ a fizeram “se sentir diferente” de como ela é em seu país de origem. “Sou muito grata, muito abençoada, por ter tido essa experiência e por ter visto o Papa Francisco. […] Ele veio com seu caminhãozinho e eu pude testemunhar sua presença. Isso é muito especial para mim, porque não sei quando o verei novamente”, destacou ela.
“Olhe para o futuro com esperança”
Quando os peregrinos começarem a voltar para casa, o apelo do Papa para que não tenham medo continuará a ressoar em suas mentes ao olharem para o futuro. “É uma jornada muito cansativa, muito desafiadora, até mesmo para vir aqui para o encontro final: é uma peregrinação, o Senhor realmente quis testar nossa fé, para ver o que somos capazes de fazer, para nos tirar de nossa zona de conforto”, disse Jeanne-Claire, 25 anos, que veio de Caiena, capital da Guiana Francesa, na América do Sul.