Frades da Província Nossa Senhora dos Anjos virão participar das homenagens ao querido frade morto há 9 anos
Por Emilton Rocha

De 1 a 3 de fevereiro os frades capuchinhos do Santuário Basílica de São Sebastião, localizado na Tijuca (RJ) estarão celebrando o Tríduo em Memória ao Servo de Deus, Frei Nemésio Bernardi, falecido há 9 anos (4 de fevereiro de 2016).
Neste sábado, 1° de fevereiro, a celebração será às 17h. Domingo, às 18h30, e segunda e terça, às 18h. Na terça-feira, 4, às 18h, Dom Roberto Lopes (Delegado para a Causa dos Santos) celebrará Missa em sua Memória, com participação dos frades da Província Nossa Senhora dos Anjos.
Frei Nemésio Bernardi foi um frade capuchinho conhecido por sua dedicação à vida religiosa e ao serviço dos mais necessitados. Nascido em uma família humilde, ele ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e dedicou sua vida à oração, ao trabalho missionário e à caridade. Tinha uma profunda devoção espiritual e era conhecido por sua humildade e bondade e trabalhou em várias missões, sempre buscando ajudar os pobres e doentes. Sua vida era um exemplo de fé e serviço altruísta, inspirando muitos a seguir seus passos.
Reconhecimento
Embora (ainda) não tenha sido canonizado oficialmente, Frei Nemésio é lembrado e venerado por muitos que acreditam em sua santidade e intercessão divina. Seu legado continua a inspirar aqueles que conhecem sua história, e ele é frequentemente lembrado nas orações de fiéis que o conheceram. Ele representa o compromisso com o amor ao próximo e a dedicação total à vida espiritual, valores que ressoam profundamente na tradição religiosa e cultural de muitas comunidades.

Fama de santo
Frei Nemésio Bernardi nasceu em 1927, em Veranópolis, no Rio Grande do Sul e, aos 37 anos, veio para o Rio de Janeiro. Ele se dizia carioca de coração e de adoção. Antes de morrer, em 2016, o religioso já tinha fama de santo. Por isso, em julho de 2022, o arcebispo do Rio, Cardeal Dom Orani Tempesta, abriu oficialmente a fase diocesana do processo para beatificação. O frade passou a ser considerado Servo de Deus.
— Quando eu nasci, ele já andava pelo seminário, na igreja. Ele sempre foi uma pessoa especial e diferente de nós. Ele sempre foi disposto a ajudar, e tudo que o pedíamos em vida, ele dava um jeito de ajudar. Hoje eu sigo pedindo que ele realize graças a quem precisa — destacou a freira Gema Bernardi, irmã do frade, em matéria do jornal O Globo.
Em entrevista ao jornal Testemunho de Fé, da Arquidiocese do Rio, frei Almir da Silva – vice-postulador –, da Província de Nossa Senhora dos Anjos, dos Frades Capuchinhos do Rio de Janeiro, explicou que com a abertura do processo de beatificação começou o inquérito diocesano, a fase mais importante e delicada do processo, pois destina-se a recolher as provas documentais e testemunhais do Servo de Deus. Com base jurídica bem precisa, o inquérito diocesano tem a finalidade de esclarecer todas as dúvidas referentes ao caráter pessoal ou privado, documentos, cartas e outros materiais.
Frei Nemésio Bernardi
Frei Nemésio era filho de Adriano Bernardi e Filomena Zandoná Bernardi. O casal teve 18 filhos, dos quais três morreram logo depois do nascimento, e um aos quatro anos. Dos demais 14 filhos, Frei Nemésio e outros 11 seguiram a vida religiosa. Frei Nemésio professou a sua vocação religiosa no dia 6 de janeiro de 1944, e veio para o Rio de Janeiro em 1964. No início, prestava serviços na hospedaria do convento e era o responsável por deixar os quartos limpos para os frades, principalmente oriundos da sua região, que vinham à capital por motivos de saúde ou resolver algum assunto. Foi ordenado sacerdote em 21 de janeiro de 1984. Cozinheiro do convento por muitos anos, ele tinha virtudes de sempre estar a serviço do outro e a sua disponibilidade para atender a chamados para bênçãos ou visitas a enfermos, ocasião em que ele largava tudo para responder aos apelos. Na etapa final de sua vida, frei Nemésio sofreu devido a um câncer, sentia muitas dores mas jamais reclamava e nunca perdia o humor e permanecia na fé.