Missa da Páscoa no Vaticano: ‘Ele está vivo e permanece sempre conosco’

Solene celebração foi presidida pelo Cardeal Comastri, que leu a homilia preparada pelo Papa Francisco

Jornal ‘O São Paulo’

A Praça São Pedro foi enfeitada com milhares de flores para acolher o mais belo anúncio da história: Cristo verdadeiramente ressuscitou! Cerca de 35 mil fiéis participaram da Missa de Páscoa, que este ano excepcionalmente foi presidida pelo Cardeal Angelo Comastri, por desejo do Papa Francisco, ainda em recuperação de saúde.

A celebração teve início com a abertura do ícone do Santíssimo Salvador, com o canto do Aleluia, ausente da liturgia no período da Quaresma.  A novidade foi a leitura da homilia, pois normalmente não há nesta ocasião. O texto foi preparado pelo Pontífice.

CRISTO NÃO É HERÓI NEM PEÇA DE MUSEU

O Santo Padre destacou dois aspectos que o anúncio da Páscoa sugere. Primeiramente, que Cristo ressuscitou, está vivo, portanto, é necessário procurá-lo em outro lugar, pois não se encontra no túmulo. Não se trata de uma bela história para contar nem de um herói do passado ou uma estátua a ser colocada num museu.

“Se Ele ressuscitou, então está presente em toda a parte, habita no meio de nós, esconde-se e revela-se ainda hoje nas irmãs e nos irmãos que encontramos pelo caminho, nas situações mais anônimas e imprevisíveis da nossa vida. Ele está vivo e permanece sempre conosco, chorando as lágrimas de quem sofre e multiplicando a beleza da vida nos pequenos gestos de amor de cada um de nós.”, afirmou.

A fé pascal, portanto, é tudo menos uma acomodação estática ou um pacífico conformar-se em uma segurança religiosa qualquer. Pelo contrário, a Páscoa põe-nos em movimento, impele-nos a correr. Eis, então, o segundo aspecto: movimentar-se. “Temos de O procurar, e, por isso, não podemos ficar parados. Temos de nos pôr em movimento, sair para O procurar: procurá-Lo na vida, procurá-Lo no rosto dos irmãos, procura-Lo no dia a dia, procurá-Lo em todo o lado, exceto naquele túmulo”, escreve o Papa.

“Irmãos e irmãs, aqui está a maior esperança da nossa vida: podemos viver esta existência pobre, frágil e ferida agarrados a Cristo, porque Ele venceu a morte, vence a nossa escuridão e vencerá as trevas do mundo, para nos fazer viver com Ele na alegria, para sempre.”

Cardeal Comastri lê a homilia do Papa Francisco

A PÁSCOA NO ANO DO JUBILEU

Francisco recorda, ainda, que o Jubileu 2025 é um convite para que cada um renove em si o dom da esperança, mergulhe nela os nossos sofrimentos e as nossas inquietações, a contagiar aqueles que encontramos no caminho, a confiar a esta esperança o futuro da nossa vida e o destino da humanidade.

“Por isso, não podemos estacionar o nosso coração nas ilusões deste mundo, nem fechá-lo na tristeza; temos de correr, cheios de alegria.” Para isso, citou uma frase do teólogo Henri de Lubac: “Nos bastará compreender isto: o Cristianismo é Cristo. Verdadeiramente, não há nada mais do que isso. Em Cristo temos tudo”. Assim, é Cristo ressuscitado que abre a vida à esperança.

“Irmãs, irmãos, na maravilha da fé pascal, trazendo no coração todas as expetativas de paz e libertação, podemos dizer: Convosco, Senhor, tudo é novo. Convosco, tudo recomeça”, concluiu o Papa.

Ao final da missa, o Cardeal Comastri acrescentou no final um agradecimento ao Santo Padre, “por este forte convite a despertar a nossa fé em Jesus ressuscitado e vivo, e sempre presente ao nosso lado. Obrigado, Papa Francisco e Feliz Páscoa!”.

Cerca de 35 mil pessoas acompanham a missa na Praça São Pedro
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