“Nós, os idosos, somos chamados a testemunhar para que as crianças o levem adiante”, disse o Papa de 85 anos, que caminhou até a Sala Paulo VI com a ajuda de um bengala
Ary Waldir Ramos Díaz / Aleteia
Quando o garoto driblou a segurança e subiu ao palco, o Papa falava justamente sobre a aliança entre crianças e idosos. Poderia haver participação melhor nesta catequese?
Na Audiência Geral desta quarta-feira, 17 de agosto de 2022, um menino de cinco anos – que o próprio Papa Francisco chamou de “corajoso” – driblou a segurança e subiu ao palco onde o Pontífice pregava justamente sobre “a aliança entre os idosos e crianças”.
Diante de milhares de fiéis e peregrinos que compareceram à sala Paulo VI do Vaticano, o menino roubou a cena. Ele ficou ao lado do Papa Francisco e o acompanhou calmamente de pé até o momento da oração final e da bênção apostólica.
Enquanto rezavam o Pai Nosso em latim, os presentes observavam o menino, que tinha um terço nas mãos. O terço foi um presente do Papa.
Francisco e o garoto permaneceram lado a lado, e, em algumas ocasiões, trocaram olhares cúmplices. O Santo Padre, de fato, se divertiu com a “imprudência” do garoto e seu caráter gentil – algo fora do comum para a tenra idade.
Assim que o Papa o viu, perguntou seu nome e o convidou a ficar. Antes da bênção, colocou a mão na cabeça do menino para indicar aos presentes que sua pregação se tornou carne e osso e, portanto, um testemunho concreto.
O testemunho dos avós e idosos
“Na audiência geral falamos sobre o diálogo entre os velhos e os jovens”, disse o Santo Padre, apontando para o garoto e sob os aplausos dos fiéis e peregrinos. “O testemunho dos idosos é um dom autêntico, uma verdadeira bênção para as crianças. A aliança dos mais velhos com os mais novos salvará a família humana”, afirmou o Bispo de Roma.
“As etapas da vida não são mundos separados que competem entre si, mas sim uma aliança que une passado, presente e futuro, dando força e beleza à humanidade”, afirmou o Papa.
“Dar testemunho de fé diante de uma criança é semear esta vida, também dar testemunho de humanidade e fé é a vocação do idoso, dar como testemunho às crianças a realidade que viveram”.
“Nós, os idosos, somos chamados a testemunhar para que as crianças o levem adiante”, disse o Papa de 85 anos, que caminhou até a Sala Paulo VI com a ajuda de um bengala.
A morte virá para todos, mas…
No seu discurso em italiano, o Francisco também deu continuidade à sua meditação sobre a morte. Disse o Pontífice:
“A morte é certamente uma passagem difícil da vida, para todos nós: é uma passagem difícil. Todos temos de chegar lá, mas não é fácil. Contudo, a morte é também a passagem que fecha o tempo da incerteza e abandona o relógio: é difícil, porque ele é a passagem da morte. Porque a beleza da vida, que já não tem prazo, começa precisamente naquele momento. Mas começa com a sabedoria daquele homem e daquela mulher, idosos, que são capazes de dar testemunho aos jovens.”
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