Líderes muçulmanos na Indonésia dizem que a visita do Papa Francisco será um marco na construção da confiança mútua entre muçulmanos e cristãos
Por O São Paulo*
A Indonésia, país do sudeste da Ásia com uma população superior a 280 milhões de habitantes – dos quais 87% seguem o Islamismo, tornando-a a maior nação de maioria muçulmana do mundo -, está prestes a receber o Papa Francisco entre os dias 3 e 6 de setembro, como parte de sua viagem a quatro países, incluindo Papua Nova Guiné, Timor-Leste e Cingapura.
O catolicismo, embora minoritário na configuração religiosa local – dados recentes fornecidos pela Conferência Episcopal da Indonésia indicam que o número total de fiéis atinge 10,5 milhões de pessoas -, possui um status respeitado como parte integrante da sociedade, uma vez que o Estado, por diversos decretos, reconhece a Igreja Católica e suas realidades como “entidades legais religiosas”, o que representa uma garantia para todas as suas atividades.
Funcionários do Ministério para Assuntos Religiosos consideram que a Igreja Católica desempenha um papel extremamente significativo no desenvolvimento da nação, sobretudo nos campos da educação, saúde e serviços sociais. Trata-se de uma realidade ativamente envolvida para o bem comum de toda a população indonésia, por meio da organização de programas e iniciativas que visam a melhorar o bem-estar das pessoas, independentemente da afiliação religiosa. Além disso, o comprometimento da Igreja Católica com o diálogo inter-religioso é igualmente reconhecido.
Líderes muçulmanos na Indonésia dizem que a visita do Papa Francisco será um marco na construção da confiança mútua entre muçulmanos e cristãos.
“A visita tem um significado teológico importante para as relações muçulmano-católicas porque o Papa estará presente no maior país de maioria muçulmana do mundo. Esta visita ajudará os muçulmanos a prestar mais atenção às questões que o Pontífice prioriza”, disse Budhy Munawar Rachman, acadêmico e conferencista.
Yaqut Cholil Qoumas, ministro para Assuntos Religiosos, que se encontrou com o Papa Francisco no Vaticano em junho de 2022, disse que a visita papal destacará as relações harmoniosas e pacíficas entre as religiões na Indonésia.
“A visita do Papa pode inspirar as pessoas que toda religião ensina compaixão. Francisco é um símbolo de amizade e diálogo inter-religioso”, concluiu.
*Jornal da Arquidiocese de São Paulo / Fonte: Agência Fides