Os trabalhos de reconstrução começaram só 24 meses depois do trágico incidente. A primeira fase consistiu na limpeza e segurança do local, com a participação de mais de 200 empresas diferentes.
Por Diego López Marina / ACI Digital
Em 15 de abril de 2019, Paris testemunhou uma das tragédias mais devastadoras da sua história recente. A Catedral de Notre-Dame, um símbolo religioso, arquitetônico e cultural que resistiu à passagem de séculos, foi tomada pelas chamas.
O incêndio, que teve origem no teto da catedral, espalhou-se rapidamente pela estrutura de madeira do sótão, carregada de séculos de história e material inflamável. As chamas consumiram a icônica agulha da catedral, que ruiu numa densa coluna de fumaça.
Apesar do desastre, com exceção do altar-mor, todas as obras de arte da catedral, inclusive a Coroa de Espinhos, foram resgatadas e guardadas em diversos locais.
Segundo o arcebispo de Paris, dom Laurent Ulrich, através de uma carta pastoral, a reabertura da Catedral de Notre-Dame começará no dia 7 de dezembro de 2024 com um tríduo que incluirá a inauguração oficial, ou seja, a entrega do templo pelo Estado francês. Nesse dia acontecerá uma liturgia, um Magnificat ou Te Deum, e depois as vésperas.
A consagração do altar acontecerá no domingo, 8 de dezembro, durante a primeira missa na catedral restaurada. Por fim, será celebrada a Solenidade da Imaculada Conceição, que este ano passará para 9 de dezembro, porque coincide com o segundo domingo do Advento.
Além dos eventos de reabertura de Notre-Dame, o arcebispo de Paris anunciou uma oitava de 8 a 15 de dezembro, que cada dia contará com uma celebração solene com um tema particular.
A supervisão da restauração foi confiada ao arquiteto Philippe Villeneuve, que juntamente com uma equipe de profissionais reconstruiu a catedral de forma idêntica, incluindo a agulha, tal como foi originalmente projetada pelo arquiteto Eugène Viollet-le-duc no século XIX.
Os trabalhos de reconstrução começaram só 24 meses depois do trágico incidente. A primeira fase consistiu na limpeza e segurança do local, com a participação de mais de 200 empresas diferentes.
Os responsáveis pelo projeto estimam que aproximadamente mil pessoas em toda a França trabalham diariamente no processo de restauração.
Segundo o projeto Rebuilding Notre Dame de Paris, estima-se que a tarefa de restauração da catedral tenha custado cerca de 700 milhões de euros (cerca de R$ 3,8 bilhões). A resposta global ao incêndio foi surpreendente: um total de 846 milhões de euros (cerca de R$ 4,6 bilhões) foram angariados até o momento, graças a doadores distribuídos em 150 países.