Futuros sacerdotes, Frei André de Jesus e Frei Michel dos Santos serão ordenados nesta 6a-feira

Cerimônia será realizada no dia do 40° aniversário da Província Nossa Senhora dos Anjos, no Santuário Basílica de São Sebastião, no Rio

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Frei Michel e Frei André: emoções plenas rumo ao sacerdócio

Por Emilton Rocha / Fotos: Juliana Costa

Em 11 de dezembro, dia em que será celebrado o 40° aniversário da instalação oficial da Província Nossa Senhora dos Anjos, que abrange os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Leste de Minas Gerais, Frei André Nascimento de Jesus e Frei Michel Padilha dos Santos serão ordenados presbíteros. Frei André, 38 anos, de Mantena, Leste de Minas Gerais, e Frei Michel, 29 anos, da Fraternidade São Felix de Cantalice, Vila Bethania, Viana (ES) estarão concluindo mais uma etapa da caminhada rumo ao sacerdócio. A cerimônia será realizada às 16h, no Santuário Basílica de São Sebastião Frades Capuchinhos, localizado na Rua Haddock Lobo, Tijuca.

As ordens ministeriais da Igreja Católica Romana incluem as ordens dos bispos, presbíteros e diáconos. Cada qual possui um rito de ordenação próprio, porém o comum entre eles é a imposição das mãos e a prece de ordenação. O sacerdócio ordenado e o sacerdócio comum (ou sacerdócio de todos os batizados) são diferentes em função e essência. A distinção deve ser feita entre o “padre” e “presbítero”. De acordo com o Código de Direito Canônico de 1983, “As palavras em latim sacerdos e sacerdotium são usadas para se referir, em geral, ao sacerdócio ministerial compartilhado por bispos e presbíteros. As palavras presbyter, presbyterium e presbyteratus referem-se a “sacerdotes” e “presbíteros”. Segundo o Pontifical Romano, a ordenação presbiteral é constituída por seis partes: eleição do candidato, homilia, propósito do eleito, ladainha, imposição das mãos e prece de ordenação, unção das mãos e entrega da patena e do cálice.

Frei André Nascimento de Jesus

Frei André é natural de Janaúba (MG), formado em filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis, e Teologia pelo Instituto Franciscano de Teologia-ITF, na mesma cidade. Filho de Manoel Nascimento de Jesus e Ângela Francisca de Jesus, tem 11 irmãos.

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Frei André: “aspiração maior é ser um bom frade capuchinho”

Ele conta que sentiu o chamado para ingressar na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos no final de 2007, quando cursava Filosofia no Mosteiro de São Bento, no Rio. “Lá conheci os frades e, ao observar a alegria e a amizade daqueles irmãos, fui tocado por aquela maneira deles de ser”. Neste mesmo ano ingressou na família dos Frades Menores Capuchinhos, mais precisamente na Província de Nossa Senhora dos Anjos. Após conhecer o então Ministro Provincial Frei Luiz Carlos Siqueira, foi admitido. No ano 2018, deu início ao seu processo vocacional na Ordem, indo morar por um ano na Fraternidade São Francisco de Assis, em Santa Teresa (ES).

Conforme disse à Pascom, sua família sempre o apoiou presencialmente e através de orações – “venho, de uma família muito católica, uma tia que é freira, primos padres e primas também católicas.” Sua aspiração maior é ser um bom frade capuchinho, levando amor, esperança, fraternidade, paz e o bem a todos os lugares e a todos os cristãos, seguindo os passos de Francisco e Clara no seguimento de Cristo.

Para Frei André, o sacerdote é, antes de tudo, um escolhido de Deus. Porém, a escolha divina não obedece a um capricho cego, nem esgota seu sentido no próprio escolhido. Segundo ele, quando Deus chama um homem, o faz para uma missão específica: para pedir uma colaboração determinada em seus desígnios de salvação. O sacerdote “está colocado em favor dos homens no que se refere a Deus para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb 5, 4). Portanto, esta ordenação representa a continuação de um serviço que tem sua própria especificidade nas coisas que se referem a Deus, o serviço aos pobres, excluídos, levando o anuncio do Reino de Deus com muita alegria.

“A experiência de entrar na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, mais precisamente na província Nossa Senhora dos Anjos, está sendo uma das mais bonitas de minha vida, onde estão me permitindo crescer, amadurecer e conhecer melhor a vida de ser um Frade Menor”, reconhece.

“Também, permitem-me conhecer muitos irmãos que me ensinam sobre a vida e as mesmas experiências de São Francisco e de Santa Clara. A Ordem me levou a adentrar num processo de investigação, de estudo e de conhecimento das relações humanas e, principalmente, de Deus. Assim sendo, a minha vida de frade capuchinho nestes quase 12 anos está sendo marcada pelo determinismo, pela perseverança, pela alegria de servir o provo de Deus, de ser frade menor e pelo amor e devoção a Mãe de Deus e pela minha entrega diária”, ressalta.

Por chegar aonde está chegando, o futuro sacerdote agradece a Deus, à Virgem Maria, à família, a província Nossa Senhora dos Anjos e aos seus formadores.

Frei Michel Padilha dos Santos

Filho de Rosinar Padilha dos Santos e Sebastião Lopes dos Santos, Frei Michel tem quatro irmãos: Inês, Eduardo, Akiana e Poliana. Natural de São Miguel do Guaporé (RO), atualmente reside em Viana (ES). Licenciado em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis  e graduando em Teologia pelo Instituto Interdiocesano de Teologia da Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo, ele conta que a partir de um encontro realizado pela Pastoral Vocacional da Diocese de Colatina (ES) conheceu os freis, ocasião em que se encantou pelo carisma dos frades menores capuchinhos. Sua família reagiu à sua decisão de entrar para a Ordem de forma tranquila, “família religiosa, entende a necessidade de missionários para a Igreja. Além do mais, a vida religiosa já se fazia presente na minha família, pois tenho uma irmã que é religiosa”, diz. A ordenação, para o jovem frade, representa servir ao povo de Deus.

Frei Michel
Frei Michel: “ser Frade Menor para mim é cada dia me colocar no caminho de Jesus”

Ainda em 2008, fazendo como adolescente o seu processo vocacional, Frei Michel teve a oportunidade de conhecer mais sobre a vida simples e contemplativa dos freis, as vidas de São Francisco, Santa Clara e dos freis capuchinhos, assim como a dos santos da ordem, com tudo isso chamando sua atenção. Logo após passou a participar de encontros vocacionais na paróquia de Santa Teresa (ES), onde começou a ser acompanhado pelos frades daquela cidade que moram próximo à sua casa, em Sooretama.

Em 2009, após um longo processo de conhecimento e discernimento o frade foi convidado, juntamente com um grupo de 6 jovens, a ingressar na Família Capuchinha, em Itambacuri (MG), para realizar o período do aspirantado – período durante o qual os vocacionados cultivam o chamado à vocação franciscana e buscam discernimento a partir de critérios humanos, eclesiais e franciscanos. Eles são convidados a cultivarem a vida fraterna para que aprendam a viver cada dia mais perfeitamente, em colaboração ativa com a Igreja. Para ele, “foi uma experiência muito boa”.

“Foram anos de muito crescimento e amadurecimento, onde pude aprender como ser um ser humano melhor a partir da pessoa de Francisco que me apontou Jesus. Aprendi a ser um ser humano mais atencioso, mais zeloso, enfim. Ser Frade Menor para mim é cada dia me colocar no caminho de Jesus e, juntamente com a fraternidade, responder ao chamado de Deus a cada dia”, resume um pouco da sua vida na Ordem até agora.

Agradecendo a Deus, que o chamou e o sustenta na vocação, Frei Michel ama São Francisco de Assis, Santa Clara, São Leopoldo Mandic, Dom Oscar Romero, São João XXIII, Madre Tereza e Santa Dulce dos Pobres.

“Agradeço a todos que rezam por mim e por todos os frades. Que o Senhor possa ajudar neste novo ministério e serviço para o qual o Senhor me chamou”, conclui.

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