Frei Diego Tavares: desejo de ser padre desde criança

Alçado recentemente à primeira Profissão Simples, o jovem diz que todo frade é chamado primeiramente a ser um irmão e que ser padre é uma consequência

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Frei Diego: “Chegar à primeira profissão é um fato muito marcante”

Por Emilton Rocha / Fotos: Divulgação

No dia 10 de fevereiro, domingo, na cidade de Teresópolis, Frei Diego José Camilo Tavares, 23 anos, celebrou sua Primeira Profissão Simples das mãos de Frei Luiz Carlos Siqueira, ministro provincial do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Leste de Minas. Natural do Rio de Janeiro, morador da Tijuca, filho de Nelcy Tavares e Severina Teófilo Camilo, Frei Diego tem 5 irmãos: três homens e duas mulheres.

O evento foi realizado na Capela Nossa Senhora de Fátima, em Teresópolis, e teve como concelebrantes Frei Edcarlos Hoffman, mestre dos noviços, Frei Esdras Aredes, vice-formador do noviciado, Frei Reinaldo Ávila de Moura e Frei Luiz Fernando, e presença de pós noviços de São Paulo, além daqueles que estão fazendo o noviciado este ano, e demais confrades do Rio de Janeiro, entre outros.

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Durante a cerimônia, ladeado por Frei Luiz Carlos Siqueira e Frei Edcarlos Hoffman

– Agradeço muito a Deus por meu filho seguir esse caminho, porque conheço muitas mães que vivem chorando por causa dos filhos que andam nas ruas largados e drogados, disse à Pascom Dona Severina. – Agradeço ao Senhor por ele ter seguido sua vocação entrando na Ordem para servir a Deus. Era o que ele queria desde pequeno. Cumpra a sua missão, meu filho” – frisou.

Para o pai, é “uma alegria muito grande, algo inexplicável, uma coisa extraordinária” o acontecimento.

– É como se fosse um milagre. Confesso que chorei de alegria quando ele falou que ia entrar na Ordem. Desde pequeno ele já tinha essa ideia. Sempre falava nesse assunto, mas nós não acreditávamos. Espero que Deus me dê vida e saúde para assistir a primeira missa celebrada por ele. Aí vou estar completamente feliz – disse ele.

A seguir, uma entrevista com Frei Diego José Camilo Tavares:

Pascom – A partir de quando você sentiu vontade de ingressar na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos?

Frei Diego – Desde os 7 anos de idade, quando ingressei na Catequese, um frade – hoje frei Ricardo [Figueredo Assis] – me convidou para eu e meu irmão [Alerrandro] sermos coroinhas. Com isso, além da Catequese, passamos a integrar o grupo de coroinhas da Basílica. Na época, sempre me chamava atenção o uso do hábito dos frades, principalmente observando frei Reinaldo [Ávila de Moura] que é um dos que mais usam o hábito. Assim, comecei a me interessar em querer ser padre, tudo por causa do hábito, a marca dos frades, nosso símbolo.

Quando eu conheci o Tau – significa Verdade, Palavra, Luz, Poder e Força da mente direcionada para um grande bem – que é o símbolo da Ordem Franciscana, eu me encantei ainda mais porque ele lembra muito o hábito. Então pensei: “Eu quero um dia usar o hábito, eu quero ser padre.” E conforme eu fui caminhando ao longo da vida, como coroinha e como cerimoniário, puder ter um pouco mais de conhecimento sobre a vida religiosa.

Quando eu fui morar no Espírito Santo com meus pais, tive a oportunidade de participar dos encontros vocacionais com os frades desta mesma província. Fiz os encontros, recebi convite para ingressar no Postulado e ingressei em 2016. Fiz o primeiro ano, 2017 também e em 2018 fiz o noviciado, e agora, em 2019, fiz minha primeira profissão.

Pascom – Qual a reação dos seus pais quando você comunicou que queria entrar na Ordem?

Frei Diego – Acredito que no início todos os pais reagem da mesma maneira, pois imaginam logo que o filho vai sair de casa para um lugar longe e desconhecido. Eu fui morar em Itambacuri, interior de Minas Gerais, a 13 horas de distância do Rio, localidade com um povo muito devoto mas que para mim e meus pais, naquela época, era muito desconhecida, devido a distância. Durante dois anos só fui duas vezes em casa, sendo que eles me visitaram algumas vezes, o que foi motivo de muita alegria. Hoje eles estão orgulhosos de mim e em muito contribuem para a minha formação me apoiando sempre.

Pascom – Qual o seu principal objetivo a partir de agora?

Frei Diego – Meu primeiro objetivo é ser um irmão. Todo frade é chamado primeiramente a ser um irmão. Ser padre é uma consequência. Se realmente precisar e se houver necessidade da Ordem eu serei padre. Do contrário, não apenas um irmão mas um irmão de fraternidade, um irmão que possa estar a serviço do próximo, a serviço dos pobres e da Igreja.

Pascom – O que significou esse acontecimento para você?

Frei Diego – Chegar à primeira profissão é um fato muito marcante, porque eu me preparei ao longo de três anos para aprender o significado dos votos, o seu valor, a viver em fraternidade e sobre a verdadeira Família Franciscana.

Pascom – Você vai ficar no Rio mesmo, por enquanto?

Frei Diego – Vou ficar aqui no Rio pelo menos nos próximos três anos, que é onde eu vou fazer o curso de Filosofia, no Seminário São José, no Rio Comprido.

Que os jovens não sintam medo do seu chamado, mas que se joguem de cabeça. Eu me joguei de cabeça e me orgulho muito disso.

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