Em Cerimônia Eucarística realizada dia 27 de abril, o frade capuchinho recebeu os votos perpétuos
Por Emilton Rocha / Fotos: Emerson Leal
O dia 27 de abril foi mais que especial para Frei Almir da Silva que, depois de uma longa caminhada de estudos, orações e trabalho – momentos esses que só ratificaram a sua vocação de seguir Cristo, humilde e crucificado –, professou solenemente os Votos Perpétuos pelas mãos de Frei Luiz Carlos Siqueira, ministro provincial do RJ/ES, na cidade de Tijucas (SC).
“Ao todo foram 18 anos. Muita gente passou pela minha vida, muitos jeitos e muitos costumes conheci durante essa caminhada. Sou grato a cada pessoa que me ajudou em minha formação, pois reconheço que não fui apenas formado pelos frades, mas também pelo povo de Deus com quem convivi” – afirma o professando.
Participaram da cerimônia Frei Arles Dias de Jesus, reitor do Santuário Basílica de São Sebastião (RJ), Frei Edcarlos Hoffman, mestre dos noviços (RJ/ES), Frei Anderson Teodoro Aguiar da Silva, da Província Nossa Senhora dos Anjos (RJ/ES); Frei Pedro Cesário Palma, vigário provincial (PR/SC), Frei benedito Félix da Rocha, mestre dos noviços (PR/SC) e Frei Maurício Aparecido Solfa, da Província São Lourenço de Brindes (PR/SC), além de noviços e pós-noviços das duas províncias.
Aos jovens, Frei Almir diz: “Gostaria de dirigir poucas palavras aos jovens que, ao se sentirem chamados por Deus a seguir uma vocação seja ela religiosa, sacerdotal ou matrimonial, não tenham medo de dar o seu sim, de lançar-se nos braços de Deus e de depositarem sua confiança Nele”. E continua: “E aos pais e familiares do jovem que expressa sua vontade de servir a Deus: apoiem a vocação de seus filhos e filhas, seja ela qual for, ofereçam a Deus aquilo que Dele receberam. Rezem cada vez mais para que novas vocações surjam, pois a messe é grande e os operários são poucos”.
Aos 27 anos, quando levava uma turma de crismandos para participar de um encontro vocacional realizado em Palhoça (SC), Frei Almir da Silva descobriu sua vocação religiosa. Por gostar da vida de São Francisco de Assis, a partir daí foi trabalhando a ideia de ser religioso, amadurecendo a intenção de procurar uma fraternidade para um melhor discernimento. “Foi a Irmã Lurdes (Irmãs da Divina Providência) que me apresentou aos frades através de seu irmão, que era Frade Menor. Eu, desde o momento que quis ser religioso tinha como vocação ser irmão” – recorda.
Natural de Tijucas (SC), foi durante um almoço com a família que Frei Almir revelou o desejo de ser religioso. Seu pai, Waldir Argino da Silva, foi o primeiro a aprovar a sua decisão, sendo seguido por sua mãe, Salvelina Estelita Silva. Os três irmãos, dois deles menores de idade, sabiam que ele estava indo para um convento – mais tarde viriam a apoiá-lo na sua escolha pela vida consagrada. Em 2001, o futuro frade saía da casa paterna para ingressar nos estudos e na formação franciscana.
A princípio ingressou na Ordem dos Frades Menores, onde fez o aspirantado (etapa de formação inicial) em Ituporanga (SC), seguindo todo o processo formativo do postulantado (admissão em uma ordem religiosa) em Guaratinguetá (SP), o noviciado em Rodeio (SC), Filosofia em Campo Largo/PR) e 3 anos de Teologia em Petrópolis (RJ). No último mês do terceiro ano Frei Almir foi dispensado pelo formador e foi acolhido pela comunidade da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Nilópolis (RJ), onde fazia pastoral, morou e trabalhou durante três anos.
Em janeiro de 2011, conversando com Frei Edcarlos, que fora amigo da turma de Teologia, surgiu o convite para fazer uma experiência nos Capuchinhos, indo morar na fraternidade de São Sebastião no Rio de Janeiro, dando início a etapa formativa do postulantado. Em novembro de 2013 entrou para o Noviciado Interprovincial em Teresópolis (RJ), emitindo seus votos um ano depois.
Em 2015 voltou a morar em Petrópolis, onde concluiu a faculdade de Teologia no Instituto de Teologia Franciscana – ITF. Em dezembro daquele ano foi transferido para a Fraternidade de São Sebastião no Rio de Janeiro, onde exerce atualmente a função de arquivista provincial, atuando também em pastorais do Santuário. Foi nomeado assistente espiritual da Ordem Franciscana Secular (OFS), da Fraternidade Nossa das Graças em São Gonçalo (RJ).
PASCOM – O que representou para você a Celebração Eucarística através da qual você recebeu os Votos Perpétuos?
FREI ALMIR – A celebração foi para mim o momento especial onde pude confirmar aquilo que até então vivi e que me propus a viver quando sai de casa em 2001. Desde o início, confiei Naquele que me chamou e Aquele que me proponho seguir. A celebração é a forma de dar o meu sim para toda minha vida, por isso é o momento mais importante de todos.
O que passou pela sua cabeça durante o tempo em que você ficou prostrado no chão diante do altar?
Ao prostrar-me, veio toda a história que relatei acima: minha caminhada, meus erros, meus acertos, os lugares por onde passei, os amigos que deixei em todos esses lugares, etc. Ao mesmo tempo rezei. Sim, consegui rezar, agradecer a Deus por tudo o que Dele recebi e pedi à Igreja triunfante a intercessão para seguir sempre mais o caminho que é Nosso Senhor Jesus Cristo. Nesse momento, as lágrimas de gratidão cessaram para que a alegria cantasse em meu coração.
A quem você não poderia deixar de agradecer?
Primeiramente a Deus pelo chamado, depois por me capacitar a viver esse chamado; a minha família por todo apoio, pelas orações e pelas lágrimas de saudades por causa da distância. Agradeço aos confrades que confiaram em mim e que me ajudaram na caminhada. E ao Povo de Deus, que do seu jeito e com suas orações, me apoiaram na fé.
Você permanecerá no convento do Rio de Janeiro?
Sim, permaneço trabalhando nas pastorais (Apostolado da Oração, ECC, Liturgia, OFS) – permanecendo até a necessidade da província. E, se necessário for, vou para outra missão.
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