
A Virgindade perpétua de Maria Santíssima é um dogma de fé; no entanto, é um mistério tão grande que cabe perguntar-se se é pecado não acreditar nele.
Mónica Muñoz / Aleteia
Recitamos no Credo, de forma breve, que “Jesus foi concebido por obra e graça do Espírito Santo” e que “nasceu da Virgem Maria”. No entanto, trata-se de um mistério tão profundo que muitos se questionam se é verdadeira a Virgindade perpétua da Mãe de Deus; e ainda mais, se cometem pecado ao não acreditar nela.
A Virgindade de Maria é um dogma de fé
Para entender melhor, é preciso recordar que existem quatro dogmas de fé — isto é, verdades reveladas por Deus que todo católico deve crer — a respeito de Maria Santíssima:
- Sua Imaculada Conceição: Maria nasceu sem pecado original.
- É Mãe de Deus: Jesus é Deus e Homem, encarnado no ventre puríssimo de Maria Santíssima.
- Sua Virgindade perpétua: por obra do Espírito Santo, Maria concebeu Jesus permanecendo Virgem.
- Sua Assunção: foi levada ao Céu em corpo e alma.
Sabemos que o depósito da fé da Igreja Católica se encontra na Bíblia, na Tradição e no Magistério. Por isso, ainda que a Sagrada Escritura fale pouco sobre Maria Santíssima, já havia sido revelado ao povo judeu que o Messias nasceria de uma virgem (Is 7, 14), promessa que se cumpriu em Maria, como lemos no evangelho de São Lucas (1, 26-38).
Além disso, os Padres e Doutores da Igreja — pelo Magistério e pela Tradição — desde os primeiros séculos defenderam esta verdade, que aparece no Credo e que, para muitos, parecia impossível de crer por se tratar de um mistério imensurável.
Então, é pecado não acreditar em sua Virgindade?
Diante do que foi dito, a resposta é sim. A negação dessa verdade pode ocorrer por ignorância — o que diminuiria um pouco sua gravidade, pois talvez o fiel ainda não tenha aprofundado suficientemente na doutrina cristã.
Mas se o faz com plena consciência e intenção, incorre em heresia. A Enciclopédia Católica assim define:
“A correta fé cristã consiste em assentir voluntariamente com Cristo em tudo o que realmente pertence ao seu ensinamento […] quando alguém restringe sua crença apenas a certos pontos da doutrina de Cristo, selecionados e modificados segundo a própria conveniência, é o que se chama heresia”.
Por isso, é preciso ter cuidado com o que negamos, porque sem querer podemos cair em heresia. No entanto, o remédio é simples: instruir-nos seriamente, para que possamos dar verdadeiro testemunho de nossa fé católica e amar mais à sempre Virgem Maria.
Do mesmo modo, devemos crer firmemente no que diz o Catecismo da Igreja Católica:
“Maria ‘foi Virgem ao conceber o seu Filho, Virgem durante a gravidez, Virgem no parto, Virgem depois do parto, Virgem sempre’ (Santo Agostinho, Sermo 186, 1): ela, com todo o seu ser, é ‘a serva do Senhor’ (Lc 1,38).”
(CIC 510)