A perseguição é tão descarada que até governos nada simpáticos ao catolicismo têm admitido que a situação da Nicarágua é inaceitável
Francisco Vêneto
Aditadura da Nicarágua proibiu a tradicional procissão de São Miguel Arcanjo e São Jerônimo na cidade de Masaya, a 30 quilômetros da capital, Manágua.
A decisão arbitrária, informada pela polícia nicaraguense e questionada pela Arquidiocese de Manágua, se deveu, alegadamente, a “razões de segurança pública”, sem maiores explicações.
Com a nova medida autoritária e desproporcional, o governo sandinista piora o clima já tenso no país e aumenta a sua já longa lista de atos hostis à Igreja Católica.
Em 15 de agosto, o governo já tinha proibido a procissão em honra a Nossa Senhora da Assunção, o que foi particularmente agressivo porque, na ocasião, os fiéis pretendiam despedir-se da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima em sua passagem pela Nicarágua.
As atitudes persecutórias contra a Igreja Católica por parte do ditador Daniel Ortega e de sua companheira e vice-presidente Rosario Murillo têm sido tão descaradas que até governos nada simpáticos ao catolicismo têm tido que admitir que a situação da Nicarágua é inaceitável.
Neste último 15 de setembro, o Parlamento Europeu condenou a perseguição religiosa promovida por Daniel Ortega, explicitada em casos de repercussão internacional como a expulsão do núncio apostólico e das Missionárias da Caridade, a prisão do bispo dom Rolando Álvarez e de vários outros clérigos e leigos católicos, assim como o fechamento de instituições religiosas e a crescente intimidação aos fiéis que tentam continuar frequentando as igrejas.
O Papa Francisco tem optado pela via diplomática, denunciando que há problemas ocorrendo, mas reforçando que a Igreja tem buscado o diálogo com o governo da Nicarágua.
No tocante à nova procissão proibida pela polícia, a Arquidiocese de Manágua orientou os fiéis a participarem da Santa Missa na catedral da capital.