Arcebispo católico de Lviv: “Organizamos cursos de primeiros socorros para sacerdotes, religiosos e leigos. Estamos preparados para receber pessoas nas igrejas e fornecer comida e água”
Francisco Vêneto / Aleteia
A temida guerra na Ucrânia entre as forças invasoras da Rússia e as tropas locais de defesa começou na manhã desta quinta-feira, 24 de fevereiro, pelo horário local – ainda era noite de quarta no Brasil.
O presidente Vladimir Putin declarou que o ataque russo visa proteger os separatistas das províncias ucranianas orientais de Luhansk e Donetsk, cuja proclamação de independência foi reconhecida por Moscou nesta semana. Entretanto, já foram registradas explosões e movimentações militares também em outras regiões da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, que já vive uma onda de pânico e grandes engarrafamentos pela tentativa de fuga de milhares de seus habitantes. O comando militar da Ucrânia confirmou que país está sofrendo ataques por mísseis. Putin afirmou que quem tentar interferir “sofrerá consequências nunca vistas”.
Igreja se prepara
Ainda nesta segunda-feira, 21 de fevereiro, o arcebispo metropolitano católico latino Mieczyslaw Mokrzycki, de Lviv, na Ucrânia, declarou que a Igreja está preparada para abrigar pessoas em seus templos, fornecer comida e água e cuidar de feridos.
Mokrzycki estava em visita à sede da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) em Königstein, na Alemanha, onde afirmou que a Igreja Católica na Ucrânia ainda mantinha a esperança em negociações de paz e soluções diplomáticas para a crise entre o país e a Rússia.
Última palavra é de Deus
O arcebispo acrescentou que a última palavra no conflito é de Deus: “O público em geral e a mídia estão se concentrando nos fatores humanos dessa equação: líderes políticos, diplomatas, estratégias, exércitos… Mas, no final, a vontade de Deus sempre tem a última palavra. O que quer que Ele permita será o fator decisivo. É por isso que não podemos parar de suplicar por orações. Podem ter certeza: as nossas orações podem mudar o curso deste conflito”.
Ações de ajuda à população nas igrejas católicas
Embora não tivessem começado até então os ataques quando Mokrzycki fez essas declarações, havia ações militares em franco andamento e era iminente o início do conflito. Ele próprio confirmou, ainda na segunda-feira, que já havia refugiados ucranianos no oeste do país e que a Igreja havia alugado algumas casas vazias para acomodá-los.
“Estamos preparados para receber pessoas em nossas igrejas e fornecer comida e água. Organizamos cursos de primeiros socorros para sacerdotes, religiosos e leigos, para poderem cuidar de feridos em caso de emergência”.
Esperanças e orações
Mesmo com a iminência da guerra, o arcebispo católico latino de Lviv reforçava as esperanças de um compromisso diplomático:
“Enquanto as pessoas ainda estiverem conversando, é possível vislumbrar a esperança. A guerra não traz soluções, apenas destruição, sofrimento e falta de paz”.
Mokrzycki agradeceu vivamente a solidariedade internacional para com os ucranianos: “Somos muito gratos a toda a Igreja, especialmente ao Papa Francisco, que lançou um apelo mundial à oração pela Ucrânia. Gostaria de repetir este apelo: continuem rezando! Continuem orando, até que a paz final aconteça”.