Cardeal Orani será homenageado em exposição fotográfica

A mostra ocupará uma das principais salas do Museu Nacional de Belas Artes no centro do Rio

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No núcleo da exposição que mostra a Trezena de São Sebastião, haverá um mosaico entregue pelo Papa Francisco à cidade, que reproduz a imagem peregrina de São Sebastião

Por: Nathalia Cardoso / ArquiRio

O Cardeal Orani João Tempesta completou 20 anos de ordenação episcopal em abril 2017. Há oito anos, ele chegou à Arquidiocese do Rio como arcebispo. Desde 2009 seus momentos vêm sendo gravados no tempo em forma de fotografias tiradas pelo fotógrafo oficial da arquidiocese, Gustavo de Oliveira. Esses momentos poderão ser agora contemplados pelos moradores do Rio de Janeiro na exposição monográfica “‘Ut Omnes Unum Sint’ (“Que todos sejam um”) – Orani, o pastor da unidade”. A inauguração será às 18h do dia 6 de julho.

A mostra, que ocupará uma das principais salas do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), a Barroco Italiano, de 300 metros quadrados, contará com cerca de 130 obras do período de 2009 a 2017.

“A obra mostrará o serviço da Igreja, a partir do empenho e dedicação do seu pastor, Dom Orani, nos mais diversos contrastes e realidades da cidade, segundo a ótica e pelas lentes do fotógrafo Gustavo de Oliveira”, comentou cônego Marcos Willian Bernardo, vigário episcopal para Comunicação Social e Cultura da Arquidiocese do Rio. [column size=”one-fourth” title=”“O museu tem uma tradição grande com a Igreja Católica, e a exposição vai ficar linda. Dom Orani tem uma força que emociona” – Lúcia Ibrahim”][/column]

Pastor da unidade

A exposição da Arquidiocese do Rio, em parceria com o MNBA e o Ministério da Cultura, está dividida em quatro seções: “Dom Orani e a cidade do Rio de Janeiro”, “Dom Orani, o celebrante”, “Dom Orani, o pastor” e “Dom Orani que culmina na Jornada Mundial da Juventude de 2013 e sua nomeação como cardeal”.

O nome foi inspirado no lema episcopal do cardeal. “Queremos que o povo perceba uma unidade nesses quatro módulos. Mas queremos mostrar, sobretudo, a integração de Dom Orani em relação à cidade do Rio de Janeiro com esse diálogo da unidade que ele vem tentando implantar aqui”, explicou o curador da exposição, Amandio Miguel dos Santos.

O universo de imagens que será mostrado ao público é, segundo o curador, uma crônica fotográfica de Dom Orani na cidade. “A arte sempre esteve ligada à religiosidade. Desde o tempo em que ela surge, nas cavernas, através de um objeto mítico ou através de um objeto devocional. Nós queremos mostrar aquele que, a partir da sua religiosidade, consegue compor uma unidade entre todos aqueles que ‘participam’ da cidade do Rio de Janeiro”, pontuou.

As fotos não serão emolduradas nem pregadas diretamente nas paredes; serão usadas bases de PVC com um suporte, a fim de deixá-las afastadas da parede e criar uma volumetria, como se elas pulsassem da parede. “Assim a foto pulsa da parede ao olhar do visitante”, afirmou Amandio.

Olhar

Gustavo de Oliveira é fotógrafo da arquidiocese há 20 anos. Em 2015, publicou o livro “Dom Orani”, com fotos do cardeal. Agora terá suas fotografias expostas pela primeira vez. Entre inéditas e antigas, as obras retratam o carisma e carinho do cardeal, de acordo com o artista. “Ele tem um carinho muito grande pelas pessoas, em especial pelas das comunidades mais carentes, onde ele se sente em casa. E é nesses locais que eu faço meu trabalho mais à vontade”, afirmou Gustavo.

Ele contou que quando chega a algum lugar logo procura algo que seja diferente, algo que as pessoas não estejam reparando ou percebendo, mas que seja bonito. “Às vezes é algo muito simples: uma iluminação diferente ou a devoção de uma pessoa. É uma coisa que acontece comigo. Eu vou a algum lugar e lá está a foto. Ela me procura, fala comigo. Quando olho, já vejo a foto pronta”, disse.

Para ele, é importante que o trabalho do fotógrafo não interfira no momento que está sendo fotografado. “Se as pessoas percebem que estão sendo observadas, elas passam a olhar para a câmera e a foto perde a espontaneidade. A maioria das fotos que eu fiz para essa mostra, inclusive as do cardeal, eu chamo de ‘fotos roubadas’, porque nenhuma delas foi posada e em muito poucas ele percebeu que estava sendo fotografado. Eu ‘roubo’ aquele momento e registro com a câmera sem que a pessoa perceba. É um ‘roubar’ positivo”, brincou o fotógrafo, que tem seu trabalho elogiado com frequência entre as pessoas que convivem com ele, inclusive pelos amigos fotógrafos.

Gustavo, que acompanha o cardeal nos eventos arquidiocesanos, trabalha com uma câmera profissional e alterna entre três lentes, conforme o assunto da fotografia. “A foto é bacana porque você grava um momento que não tem como voltar. E dependendo da fotografia, se você perdeu, não tem como fazer de novo. Os momentos não voltam”, ressaltou.

Diferencial

No núcleo da exposição que mostra a Trezena de São Sebastião, haverá um mosaico entregue pelo Papa Francisco à cidade, que reproduz a imagem peregrina de São Sebastião.

Duas peças

A exposição fotográfica terá dois objetos tridimensionais: um deles é a escultura do acervo do museu chamada “O frade”, de João Turim. Uma de suas fundições foi doada ao Papa Francisco na JMJ, em 2013. “Exporemos ao público aquilo que o Papa levou de lembrança do Brasil e da cidade do Rio de Janeiro”, explicou Amandio.

A outra peça é o cálice que o Papa deixou no Rio, com o qual ele celebrou a missa campal de encerramento da JMJ, na Praia de Copacabana.

“O museu tem uma tradição grande com a Igreja Católica, e a exposição vai ficar linda. Dom Orani tem uma força que emociona. Se conseguirmos passar essa emoção através das fotografias, teremos cumprido o nosso papel”, afirmou Lúcia Ibrahim, da área de exposições temporárias do MNBA.

O museu fica na Av. Rio Branco, 119, no centro do Rio.

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