Capuchinhos assumem a Paróquia Nossa Senhora do Amparo, em Itapemirim (ES)

Os Frades Capuchinhos da Província Nossa Senhora dos Anjos agora também estão presentes na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim (ES), na Paróquia Nossa Senhora do Amparo, Fraternidade São Fidélis de Singmaringa.

Mensagem do Provincial, Frei Arles Dias de Jesus

“… E os ministros, de acordo com o nosso carisma, sempre que for possível, aceitem de boa vontade quando os bispos nos convidam para servir o povo de Deus e colaborar na salvação das pessoas” (Const. 148,2).

Sob as bênçãos da Santíssima Virgem Maria, Mãe do Amparo, depois de muitos anos, nós, Frades Menores Capuchinhos, estamos retornando alegremente a esta região. De antemão, em nome de toda a Província Nossa Senhora dos Anjos do Rio de Janeiro e Espírito Santo, manifestamos a Dom Luiz Fernando Lisboa, CP, Bispo desta diocese, nosso fraterno e filial agradecimento. Nossa fraterna gratidão também ao Padre Geraldo Gomes Leite, que até o momento vinha ardentemente dedicando sua vida e seu ministério ao santo povo desta abençoada Paróquia.

Há mais de dois séculos, a região do Itapemirim era habitada pelos índios puris, que andavam principalmente pelas matas dos rios Muqui, Castelo e Itapemirim. Antes ainda da proclamação da independência do Brasil, precisamente no dia 9 de outubro de 1821, o então governador bacharel Balthazar de Souza Botelho e Vasconcellos determina a criação de uma aldeia para os supramencionados índios. Infelizmente, essa medida não surtiu efeito. Passados dez anos, mais uma vez a Presidência da Província do Espírito Santo sugeria a ideia de aldear os índios puris.

Somente no ano de 1845, quando era Presidente da Província Herculano Ferreira Pena, é que foi autorizada a criação do aldeamento dos índios puris, denominado “Imperial Afonsino, cujo nome parece ser uma homenagem ao Príncipe Imperial Dom Afonso, nascido a 23 de fevereiro daquele ano.

Em janeiro de 1847, o Governo Provincial dava ao Império notícias do estado dos aldeamentos na Província e solicitava-lhe a vinda de um missionário para o a aldeamento Imperial Afonsino. Em ofício datado de 26 de abril daquele mesmo ano, o Governo Provincial recebe positivamente a resposta dando-lhe a garantia de que em breve seguiria para cá um missionário da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

Até a chegada de Frei Daniel de Nápoles em setembro de 1847, o aldeamento foi administrado pelo engenheiro civil Frederico Wilner. Assim que chegou, Frei Daniel assumiu a direção do aldeamento ao qual dedicou-se incansavelmente durante dois anos. No decorrer desse período procurou instruir os índios, deu início às plantações e à construção de cabanas para os indígenas e deu também início à construção da capela do aldeamento.

Além de nosso irmão Frei Daniel de Nápoles, esta região contou ainda com a presença de inúmeros frades de nossa Ordem dentre os quais podemos destacar: Frei Bento de Gênova e Paulo de Casanova. Este último foi o responsável pela construção da igreja da Vila de Itapemirim.

Passados quase dois séculos da chegada de nossos primeiros frades a esta abençoada terra, aqui estamos novamente para viver em fraternidade e nos colocar a serviço desta Igreja Particular de Cachoeiro de Itapemirim, de modo muito especial no anúncio do Reino de Deus nesta Paróquia de Nossa Senhora do Amparo. Em nome de nossa Ordem, três irmãos tornar-se-ão aqui os responsáveis pela promoção da vida fraterna e por tornar conhecido nos dias de hoje o carisma de nosso Seráfico Pai São Francisco. A primeira Fraternidade será constituída pelos coirmãos Frei Cleber Abel dos Santos, Frei Luiz Fernando Turque Duarte e Frei Nei da Costa Palmeiras.

O Padroeiro da nova Fraternidade é São Fidélis de Sigmaringa, primeiro mártir da Ordem, santo muito querido e amado pelos frades. Exerceu por muitos anos a profissão de advogado antes de entrar para a Ordem. Exerceu-a com tanto amor à justiça resultando-lhe o prestígio de receber o título de “advogado dos pobres”. Que São Fidélis de Sigmaringa interceda a Deus por todos os frades desta nova Fraternidade, a fim de que possam no meio do povo viver apostolicamente conforme nos orientam as nossas Constituições: “O primeiro apostolado do frade menor é viver no mundo a vida evangélica em verdade, simplicidade e alegria” (Const. 147,2).

Aqui nestas terras nossa intenção não é outra senão a de viver e promover a vida fraterna, pois “Viver juntos como irmãos menores é o elemento primordial da vocação franciscana…” (Const. 24,7). Sob a inspiração de tantos irmãos que nos precederam no caminho de Jesus Cristo à maneira do Seráfico Pai São Francisco, queremos viver e trabalhar como frades menores, pois “A fraternidade e a minoridade são os aspectos originários do carisma que o Espírito nos concedeu; esses informam também a dimensão contemplativa e apostólica de nossa vocação…” (Const. 4,2).

Queremos que nestas terras a nossa vida fraterna e apostólica se concretize à luz da tradição iniciada por tantos frades que por amor a Deus, à Igreja e à Ordem deram sempre o melhor de si. Daremos também o melhor de nós, a fim de que o dia a dia de nossa vida transcorra em conformidade com as palavras a seguir apresentadas: “Como Frades Menores Capuchinhos, nossa específica forma de vida se inspira na sadia tradição iniciada por nossos primeiros irmãos, animados pelo propósito de fidelidade às instituições evangélicas de São Francisco” (Const. 5,1).

Por fim, queridos irmãos e queridas irmãs, ao reafirmar a nosso Bispo diocesano e a nosso pároco cessante a nossa eterna gratidão, reafirmamos ainda o nosso mais importante desejo de poder aqui trabalhar em fraternidade. É esse também o desejo de toda a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, pois “São Francisco, por divina inspiração, deu início a uma forma de vida evangélica que chamou de Fraternidade e escolheu como modelo para ela a vida de Cristo e de seus discípulos. Nós, portanto, que professamos essa forma de vida, constituímos verdadeiramente uma Ordem de Irmãos” (Const. 88,7).

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