Encontro foi promovido pela CRB-GO
Juninter é um momento de integração entre formandos de várias ordem e congregações religiosas. Promovido pela CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil). O II Juninter de 2016 teve como tema “Ecumenismo e o diálogo Inter-religioso” e o Cônego Jose Bizon[1] nos deixou bem claro esta diferença entre os dois termos, pois:
•Chamamos de ecumenismo a busca da unidade entre as Igrejas Cristãs.
•Chamamos de Diálogo Inter-Religioso o processo de entendimento mútuo entre diferentes tradições religiosas.
Então com muita propriedade ele nos levou a refletir pontuando alguns aspectos através dos documentos da Igreja Católica. Dentre os vários pontos, podemos destacar:
O ECUMENISMO QUE QUEREMOS NÃO É…
•Mistura de tudo num mesmo cristianismo;
•Disfarce, para uma igreja dominar a outra;
•Algo que afaste a pessoa de sua própria igreja;
•Fazer todos concordarem em tudo;
•Fingir que as diferenças não existem;
•Desvalorizar as normas de cada igreja;
•Deixar de lado o espírito crítico diante de qualquer grupo cristão.
ENTÃO, O QUE É?…
•Diálogo que reconhece e respeita a diversidade;
•Valorização de tudo que já une as Igrejas;
•Trabalho conjunto na construção de um mundo melhor;
•Criação de laços de afeto fraterno entre Igrejas;
•Oração em comum a partir da mesma fé;
•Busca sincera de caminhos para curar as feridas da separação;
•Valorização leal de tudo de bom que as diferentes denominações cristãs realizam.
BOAS RAZÕES PARA SERMOS ECUMÊNICOS
•Jesus pediu a unidade de seus discípulos e discípulas (Jo 17,21);
•A fé comum e o batismo;
•Igrejas que se agridem mutuamente prejudicam a pregação do evangelho aos que não crêem;
•O mundo precisa desse testemunho de que a paz é sempre possível;
•Igrejas unidas tem mais força para defenderem a justiça e realizarem obras importantes, na caridade;
•Ter amigos é melhor e mais saudável do que ter competidores.
CAMPOS COMPLEMENTARES DE ECUMENISMO
•NA VIDA: são as boas relações de amizade entre pessoas de Igrejas diferentes.
•NA AÇÃO SOCIAL: são os trabalhos em conjunto para socorrer os necessitados e lutar pela justiça.
•NA ORAÇÃO: são as celebrações e preces feitas em conjunto ou orações pessoais pela causa da unidade.
•NO DIÁLOGO TEOLÓGICO: são os estudos sobre doutrina realizados por teólogos de várias igrejas, trabalhando juntos na busca de melhores modos de tratar as divergências.
ESPIRITUALIDADE ECUMÊNICA
O ecumenismo exige um coração voltado para a paz e a valorização do outro. Não basta realizar ações ecumênicas, é preciso ter de fato a espiritualidade do diálogo. Essa espiritualidade exige o cultivo de muitas qualidades.
COMO VOCÊ PODE COLABORAR
•Tratando as outras igrejas como você gosta que tratem a sua;
•Divulgando o material, os eventos e as alegrias do movimento ecumênico;
•Orando também pelas outras igrejas, quando pedir a Deus pela sua;
•Aprendendo a ouvir o que as igrejas têm a dizer sobre o seu jeito de viver o seguimento de Jesus;
•Conhecendo bem a sua igreja para apresentá-la correta e serenamente aos irmãos cristãos;
•Participando de eventos ecumênicos sempre que possível;
•Cultivando uma atitude de boa vontade, capaz de reconhecer o que há de bom em cada igreja;
•Aprendendo a falar com irmãos de outras denominações cristãs, numa linguagem tranquila, não agressiva, que informe, mas não ofenda;
•Perdoando e compreendendo, se houver falhas no diálogo, o que pode acontecer, depois de tantos séculos de rejeição mútua.
O Cônego José Bizon é membro da coordenação do Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (MOFIC) que é, oficialmente, o representante do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) no Estado de São Paulo.
Uma boa leitura a ser feita sobre o assunto:
BIZON. J, e DRUBI. R, (orgs). Ecumenismo: 40 anos Decreto Unitatis Redintegratio – 1964-2004. Ed. Paulinas, São Paulo, 2004.
BIZON. J, e DRUBI. R, (orgs). A Unidade na Diversidade, coletânea de artigos em comemoração aos 40 anos do Decreto Unitatis Redintegratio sobre o ecumenismo. Ed. Loyola, São Paulo, 2004.
[1] Pe. José Bizon é mestre em Ecumenismo pela Pontifícia Universidade Santo Tomás, de Roma; assessor da Comissão Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB; membro da equipe de coordenação do Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (Mofic) e da Comissão Nacional Anglicano-Católica Romana (Conac); coordenador da parte católica na Comissão Nacional de Diálogo Religioso Católico-Judaico (DCJ) e da Comissão para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso do Regional Sul I. É também responsável pelo Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso na Arquidiocese de São Paulo. Professor na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção da Pontifícia Universidade Católica em São Paulo (PUC-SP).
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB
Por Frei Rui Apoliano (Fraternidade Frei Demétrio)