Ele foi frade franciscano e atuou junto aos mais necessitados, principalmente na Itália e na França
Nesta segunda-feira, 12, foi encerrada na Basílica a Trezena de um dos santos mais populares do Brasil – Santo Antônio –, com missa comemorativa celebrada por Frei Luiz Carlos Siqueira. Após a liturgia, foram distribuídos os Pães de Santo Antônio.
A história do “Pão de Santo Antônio” remete a um fato curioso: Antônio comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros, os pães tinham sido ‘roubados’. Atônito, foi contar ao santo o ocorrido. Este mandou que verificasse melhor o lugar em que os tinha deixado. O Irmão padeiro voltou estupefato e alegre: os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos frades e aos pobres do convento. Mais do que a lenda da origem do “Pão de Santo Antônio”, o que importa é a riqueza do seu simbolismo. Através de Santo Antônio, Jesus continua a realizar o grande milagre da multiplicação dos pães.
Apesar de ser conhecido como o “santo casamenteiro” por ajudar pessoas a conseguirem um bom casamento, um dos dons mais destacados de Santo Antônio está na sua pregação.
DOUTOR DA IGREJA
O nome original de Santo Antônio era Fernando Martins de Bulhões. Ele nasceu em 1195, em Lisboa, numa família nobre e rica. Educado em Coimbra, tornou-se membro da Ordem de Santo Agostinho e foi ordenado sacerdote aos 25 anos. Nesse tempo, a fama de Francisco de Assis já percorria Portugal.
Santo Antônio teve uma educação refinada, com influências de Aristóteles, Sêneca e Cícero. Por conta disso, foi considerado doutor da igreja. Viveu numa época em que os povos anglos, francos e germanos lutavam nas cruzadas combatendo os turcos muçulmanos no oriente.
Em 1220, a chegada a Coimbra das relíquias de cinco mártires franciscanos mortos no Marrocos levou o jovem a entrar para a ordem dos franciscanos. Ele adotou o nome de Antônio e partiu para o Marrocos. Contudo, mal chegou ao país, ficou doente e teve que retornar a Europa.
Desejoso de conhecer Francisco de Assis foi à Itália. Depois do encontro, foi designado para lecionar teologia aos frades de Bolonha e com apenas vinte e seis anos de idade, foi eleito provincial dos franciscanos do norte da Itália. Antônio aceitou o cargo, mas nele não permaneceu, pois sua vontade era pregar pelas vilas e cidades, atendendo aos necessitados. Assim percorreu várias regiões da Itália e do sul da França.
Muitos milagres são atribuídos a Santo Antônio. Um deles foi a aparição do menino Jesus, o que se tornou a sua iconografia. Outro milagre aconteceu durante uma pregação, onde se encontravam pessoas de várias nações, e sua fala foi entendida por todos na língua materna de cada. É o santo padroeiro de Portugal e invocado, entre outras, em causas para conseguir filhos, para evitar naufrágios, para a realização de casamentos e proteção dos velhos e das grávidas.
Antônio morreu em 13 de junho de 1231, nos arredores de Pádua, na Itália, com apenas trinta e seis anos de idade. Ali foi sepultado numa basílica que se tornou lugar de peregrinação. Ele foi canonizado no ano seguinte pelo papa Gregório IX.
No Brasil, um dia das festas juninas é dedicado a Santo Antônio, o dia 13 de junho. Foi canonizado pela igreja católica em 1232.
Emilton Rocha / Fotos: Angela Zolhof