Dom Orani recordou que “estamos no tempo do Jubileu da Esperança” e pediu para que Deus faça a igreja da Candelária “cada vez mais um sinal de esperança” no “centro do Rio de Janeiro”
Por Monasa Narjara / ACI Digital
“Um dia histórico a ser celebrado, comemorado com muita solenidade e alegria”, disse hoje (6) o arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), cardeal Orani Tempesta, na missa dos 250 anos da bênção da pedra fundamental da Igreja Nossa Senhora da Candelária, no Centro do Rio de Janeiro.
“Quando a Igreja abençoa a pedra fundamental de um templo e coloca a pedra para iniciar a construção, ela faz menção de que Cristo é a pedra fundamental”, disse o cardeal em sua homilia, destacando que “ao abençoar a pedra de um novo templo, a Igreja recorda que Cristo é essa pedra, junto com todos os fundamentos dos apóstolos e somos chamados a formar o templo do Senhor, além do templo de pedra, de tijolos, de argila”, mas “chamados a construir a nossa Igreja nesse povo de Deus, na construção fundamental que é Jesus”.
No início celebração, o cardeal convidou os presentes a bendizer “a Deus por esses 250 anos e toda história também que antecedeu a construção dessa nova igreja” da Candelária, agradecendo “toda a conservação, todo o trabalho de construção e também de conservação que a Irmandade da Candelária” realiza nesta igreja.
Dom Orani recordou que “estamos no tempo do Jubileu da Esperança” e pediu para que Deus faça a igreja da Candelária “cada vez mais um sinal de esperança” no “centro do Rio de Janeiro” e, “vivenciando” o II Sínodo Arquidiocesano sobre as missões, seja um “lugar de evangelização” no centro da cidade que é “aquilo que representa a igreja da Candelária do Rio de Janeiro para a arquidiocese”.
“Se assim no passado, os nossos antepassados fizeram construir essa bela igreja, nós possamos continuar fazendo a nossa parte. Talvez não tanto com a parte física ou arquitetônica, mas com a igreja viva, presente no mundo de hoje que, cada vez mais cresce e vai evangelizando o nosso povo dando testemunho da vida”, destacou o arcebispo, lembrando que o papa Leão XIV, em sua primeira homilia “no dia seguinte à sua eleição”, disse que “mais do que os nossos belos monumentos, é ver o testemunho do nosso povo cristão, católico nesta bela missão”.
“Que possa sim, ser um sinal dessa bela igreja no centro dessa nossa cidade”, disse Tempesta, recordando que a “missão de evangelização e crescimento na fé” é “missão de todos os cristãos católicos”.
Igreja da Candelária
“A Igreja de Nossa Senhora da Candelária surgiu em cumprimento de uma promessa feita por Antônio Martins da Palma e sua esposa, Leonor Gonçalves”, diz o site da Igreja da Candelária, que conta que “o casal de espanhóis foi surpreendido por uma tempestade durante uma viagem marítima e invocou pela santa de sua devoção, Nossa Senhora da Candelária, prometendo erguer uma capela no primeiro porto que chegasse a salvo” e “a promessa foi cumprida” ao chegarem no Rio de Janeiro, ao ergueram uma capela em honra a santa “na parte plana da cidade” e, por isso, a capela “foi chamada de Igreja da Várzea”.
Segundo o site da igreja da Candelária, os historiadores divergem quanto à data de construção da capela, mas “estimam que tenha ocorrido no período entre 1600 e 1630”. Relatam ainda que sua inauguração ocorreu em 8 de setembro de 1811, com a celebração da sua primeira missa celebrada no altar-mor. Essa cerimônia contou com a participação do príncipe regente dom João e membros da família real.
A inauguração completa da Igreja da Candelária aconteceu em 10 de julho de 1898, com a sagração do então bispo do Rio de Janeiro, dom José Joaquim Justiniano Mascarenhas Castelo Branco.
Segundo a igreja da Candelária, ao longo do tempo, a Igreja “passou por reformas e revitalizações, sempre preservando os aspectos arquitetônicos originais e a tradição religiosa”.
Atualmente, acontecem no templo missas, celebrações religiosas e apresentações culturais do Projeto Candelária.