Família Franciscana recorda os 800 anos das Chagas de São Francisco de Assis

Fotos: João Paulo Ziza, George Luiz Cardoso e José Arimateia Soares

São Francisco foi o primeiro Santo estigmatizado na história da Igreja. Em 17 de setembro de 1224, quando ele se abismava em profunda contemplação no Monte Alverno, o Senhor imprimiu em suas mãos e pés os sinais dos cravos, iguais em tudo ao do Cristo crucificado.

Por Adriana Rabelo* / O São Paulo

Em missa solene na manhã do domingo, 15, na Igreja das Chagas do Seráphico Pai São Francisco, no Largo São Francisco, região central de São Paulo, a Fraternidade das Chagas do Seráfico Pai São Francisco celebrou os 800 anos da Impressão das Chagas de São Francisco e os 380 anos da Fraternidade das Chagas da Ordem Franciscana Secular do Brasil.

Cerca de 200 pessoas, entre membros das fraternidades São Francisco, de Guarulhos (SP), e Nossa Senhora de Lourdes, de Botucatu (SP), participaram missa, presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, e concelebrada pelo Frei Mário Luiz Tagliari, Reitor do Santuário São Francisco, e pelo Frei Gabriel Dellandrea.

Na mesma ocasião, também foram comemorados os 377 anos do Convento São Francisco de Assis.

Ao saudar os participantes da missa, a ministra da Fraternidade das Chagas, Maria Aparecida Crepaldi, OFS, recordou que o dia oficial dos 800 anos da Impressão das Chagas de São Francisco é 17 de setembro, “mas que para favorecer a presença de todos, solicitamos a graça de celebrar festivamente neste domingo”.

São Francisco foi o primeiro Santo estigmatizado na história da Igreja. Em 17 de setembro de 1224, quando ele se abismava em profunda contemplação no Monte Alverno, o Senhor imprimiu em suas mãos e pés os sinais dos cravos, iguais em tudo ao do Cristo crucificado.

FIEL SEGUIDOR DE CRISTO

A partir do Evangelho do 24º Domingo do Tempo Comum (cf. Mc 8,27-35), Dom Odilo exortou os fiéis a testemunharem a fé, assim como fez São Francisco. “Jesus nos diz: ‘Quem não arriscar a sua vida por mim vai perdê-la, mas quem arriscar sua vida por mim e pelo evangelho, esse vai salvá-la’. Quem é Jesus? Por Ele vale a pena arriscar a vida. Ele vale mais que todos os tesouros que nos podem ser oferecidos nesta vida. São Francisco se desfez de todos os seus bens e nos ensina o caminho da verdadeira paz e fraternidade, da vivência como irmãos, sem a ganância do domínio”, afirmou.

Sobre a celebração dos 800 anos das chagas do santo seráfico, o Arcebispo lembrou que recordar este momento “nos ajuda a viver de forma nova em nosso tempo. Precisamos desse sinal para um mundo que vive sem esperança, desorientado, correndo atrás de fantasias e moldando Cristo de acordo com seus gostos, sem encarar quem Jesus realmente é. Jesus é o Evangelho, e São Francisco compreendeu quem Ele é. Vamos aprender com este Santo quem é Jesus”, concluiu.

Para o Frei Gabriel Dellandrea, celebrar a Impressão das Chagas de São Francisco foi uma oportunidade de revigoramento para a família franciscana.

“Dom Odilo, durante a homilia, lembrou que São Francisco recebeu as chagas durante uma crise que enfrentava. Elas vieram também como uma confirmação de sua dedicação à caminhada de fé. Assim, nós também, em nossas experiências de fé e crises, devemos manter a certeza de que o Senhor sempre nos visita e caminha conosco. Celebrar as chagas de São Francisco é também revisitar nossas crises atuais e buscar nelas uma resposta do Senhor, para que Ele continue a nos acompanhar”, salientou o Frade.

Após a celebração, os membros da Fraternidade das Chagas, o Cardeal Scherer, os frades do Convento São Francisco e as Irmãs Servas do Senhor participaram de um almoço festivo.

*Pela comunicação da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

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