Aos participantes do Capítulo Geral dos Dehonianos, o Pontífice recordou a importância de uma intensa experiência de adoração e evangelização
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira, 27, na Sala do Consistório, no Vaticano, os participantes do XXV Capítulo Geral da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus (Dehonianos). Os trabalhos do Capítulo Geral dos Dehonianos foram guiados pelo lema “Chamados a ser um num mundo em transformação. «Para que o mundo creia»”.
Em seu discurso, o Pontífice destacou dois aspectos: ser um e para que o mundo creia. Sobre o primeiro, ele frisou a unidade. “Sabemos com que intensidade Jesus pediu isso ao Pai para seus discípulos na Última Ceia. Ele não simplesmente recomendou isso aos discípulos como um projeto ou um propósito a ser realizado: ele pediu isso a eles como um dom, o dom da unidade”, disse.
O Santo Padre frisou ser importante lembrar que a unidade não é obra humana. “Não somos capazes de alcançá-la sozinhos: podemos fazer a nossa parte – e devemos fazê-la -, mas precisamos da ajuda de Deus. É Ele quem nos reúne e nos anima, e crescemos mais coesos entre nós quanto mais estamos unidos a Ele”.
“Por isso, se quiserem que a comunhão cresça entre vocês, convido-os, em suas decisões capitulares”, exortou o Papa, “a levar em consideração o valor da vida sacramental, da assiduidade na escuta e na meditação da Palavra de Deus, da centralidade da oração pessoal e comunitária, em particular da adoração, não se esqueçam da adoração, como meios de crescimento pessoal e fraterno e também como ‘serviço à Igreja’”.
A fofoca é um incômodo
Francisco desejou aos dehonianos que a capela seja o lugar mais frequentado de suas casas religiosas, por todos e por cada um, especialmente como lugar de silêncio humilde e receptivo e de oração escondida. Deste modo, ele afirmou que as batidas do Coração de Cristo é que marcarão o ritmo dos dias, modularão os tons das conversas e sustentarão o zelo da caridade.
Na sequência, o Papa falou sobre a fofoca. De acordo com ele, a fofoca é um incômodo que parece uma coisa pequena, mas destrói por dentro. “Tenham cuidado, tenham cuidado! Nunca falar mal do outro, nunca. Existe um bom remédio para a fofoca: morder a língua. Assim, a língua se inflama e não nos deixa falar. Lembremo-nos sempre disso: sem oração não se vai adiante, não se fica de pé: nem na vida religiosa, nem no apostolado! Sem oração não se faz nada”.
Para que o mundo creia
Ao comentar o segundo aspecto, “para que o mundo creia”, o Santo Padre salientou que a unidade tem essa capacidade de evangelizar. “É uma meta desafiadora, diante da qual surgem muitas perguntas: como ser missionário hoje, numa época complexa, marcada por grandes e múltiplos desafios? Como dizer, nas diversas áreas de apostolado em que vocês trabalham, algo significativo a um mundo que parece ter perdido o coração?”.
O segredo de um anúncio crível e de um anúncio eficaz é, de acordo com o Papa, deixar escrever, como Jesus, a palavra “amor” na carne, ou seja, na concretude das ações, com tenacidade, sem se deter diante dos julgamentos que açoitam, dos problemas que angustiam e das maldades que ferem, sem cansar, com afeto inesgotável pelo irmão e irmã, solidários com Cristo Redentor em seu desejo de reparação dos pecados de toda a humanidade.
“Solidários com Ele, crucificado e ressuscitado, que, diante de quem sofre, de quem erra e de quem não crê, não nos pede julgamento, mas ‘amor e lágrimas por quem está longe […], para nos confiar e entregar a Deus’, e ao mesmo tempo nos promete ‘uma paz que salva de toda tempestade’”.
Venerável Dehon
Por fim, Francisco disse que o Venerável Dehon compreendeu tudo isto e viveu-o até ao fim, como testemunham as últimas, simples e bonitas palavras que ele deixou no seu leito de morte: “Por Ele vivi, por Ele morro. Ele é meu tudo, minha vida, minha morte, minha eternidade”.” Queridos irmãos, continuem sua missão com a mesma fé e generosidade!”.