O padre Stanley Smolenski recordou que “as Escrituras falam de rochas tanto no Antigo como no Novo Testamento” e também de água.
Por Cynthia Pérez / ACI Digital
Em um artigo recente no jornal National Catholic Register, do grupo de comunicação católico EWTN, ao qual pertence a ACI Digital, o padre Stanley Smolenski, da arquidiocese de Hartford, Connecticut, EUA, explicou através de passagens bíblicas a relação entre as três aparições marianas mais populares.
Smolenski disse que as várias “aparições da Virgem Maria estão repletas de imagens bíblicas”, pois a Mãe de Deus as utiliza para comunicar suas mensagens à humanidade.
O padre descreveu os símbolos bíblicos de algumas das devoções marianas mais populares do mundo: Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora de Guadalupe.
Nossa Senhora de Lourdes
O padre Smolenski recordou que Nossa Senhora apareceu em Lourdes, França, com rosas a seus pés, um símbolo muito especial e raro que só pode ser compreendido na Bíblia.
Ele disse que “as flores são usadas para decorar as nossas igrejas, casas e jardins” e que embora “as mães recebam buquês de flores no Dia das Mães”, não é comum que sejam colocadas aos pés.
Ele disse que entendeu o significado ao recordar que a Virgem Maria faz as coisas com inteligência e depois de ler a seguinte passagem bíblica: “Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade (Isaías 52,7)”. Então, “percebi que Nossa Senhora estava usando imagens bíblicas em suas mensagens”, disse.
Também se perguntou por que Nossa Senhora apareceu a santa Bernadete na Rocha de Massabielle, e conseguiu resolver o mistério graças ao simbolismo bíblico.
O padre Smolenski recordou que “as Escrituras falam de rochas tanto no Antigo como no Novo Testamento” e também de água.
“Moisés feriu uma rocha e dela brotou água (Números 20, 11). São Paulo comparou Cristo com essa rocha, mas que dá bebida espiritual (1 Coríntios 1, 4). Isso nos leva a Cristo Crucificado, que foi perfurado em seu lado, do qual saiu sangue e água (João 19, 34), que significa a graça pela qual a Igreja nasce”.
Vale lembrar que “a Virgem Maria se apresentou a Bernadette como a Imaculada Conceição”, uma devoção que “exemplifica a Igreja em sua perfeição nascida do coração ferido de Cristo”, disse.
Com base nessas premissas, o padre disse que “a água milagrosa que brota da Gruta de Lourdes se encaixa muito bem nessa imagem”, pois “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a na lavagem da água pela palavra, a fim de apresentá-la a si mesmo, uma igreja gloriosa, sem mancha, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e sem mancha (imaculada)”.
Nossa Senhora de Fátima
O padre Smolenski disse que a estrela situada na parte inferior do manto de Nossa Senhora de Fátima tem dois significados.
Primeiro, disse que “Estrela” significa “Ester” em idioma persa, e Ester “foi a rainha judia que salvou seu povo do extermínio no 13º dia do mês hebraico de Adar”. Claramente, “isso significa a missão de Maria como a Ester moderna que salva a Igreja em nosso tempo”, disse.
Também significa que a Virgem Maria é a “Estrela da Evangelização”, nome que foi proclamado por são Paulo VI em seu documento de 1975 sobre a evangelização. “Assim como os Reis Magos foram guiados por uma estrela em sua busca por Cristo, Maria pode nos guiar até Ele por causa de sua relação materna única com Ele”, disse.
O papa Bento XVI também se referiu a Maria como a estrela dos católicos em sua encíclica de 2007 sobre a esperança cristã. “Quem mais além de Maria poderia ser uma estrela de esperança para nós?”, disse.
Por fim, o padre Smolenski se referiu ao milagre do sol de 1917, assim chamado porque durante a aparição de Nossa Senhora em Fátima o sol foi visto tremendo, numa espécie de “dança”, e disse que neste evento é possível ver a “renovação milagrosa da terra”.
O milagre “tem os símbolos da época de Noé: chuva, arco-íris e uma nova terra”, disse, lembrando que “nesse dia choveu muito em Fátima” e que “durante a rotação do sol, a Cova da Iria foi coberta de várias cores, e que no final, a terra e as roupas das pessoas foram limpas de lama e água”.
“Na história do Antigo Testamento, a antiga população imoral foi substituída pela família temerosa de Deus de Noé como um novo começo. A Virgem Maria havia dito que no final seu Imaculado Coração triunfaria, o que implica um novo começo. Tudo isso foi revelado no milagre de Fátima”, disse ele.
Nossa Senhora de Guadalupe
O padre Smolenski recordou que Nossa Senhora de Guadalupe imprimiu milagrosamente sua imagem quando apareceu a são Juan Diego na colina de Tepeyac, no México, e que “está representada com uma túnica rosa decorada com um padrão floral segundo os hieróglifos religiosos astecas e um manto azulado cravejado de estrelas de acordo com o padrão celeste daquele dia”.
Disse que estes símbolos remetem para a passagem do Livro do Apocalipse: “Eis que faço novas todas as coisas (21,5)”, pois “a sua túnica floral representa a terra e o seu manto cravejado de estrelas representa a céu”.
Ele também observou que Nossa Senhora de Guadalupe apareceu em 9 de dezembro, um dia após a festa da Imaculada Conceição, “que comemora sua completa liberdade do pecado e perfeita santidade para com Deus, e prefigura a criação totalmente restaurada para a Glória de Deus Pai”.
“Ela certamente derrubou a antiga cultura malvada mexicana, baseada no sacrifício humano contínuo, e a renovou por meio do Evangelho vivificante de seu Filho Divino”, concluiu.