Católico pode acreditar nos signos?

Santo Agostinho, em seu famoso livro “Confissões”, ainda destaca que não existe relação entre o cristianismo e o horóscopo porque não se tem respaldo algum nessa crença.

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Por Alberto Andrade / A12 Redação

“Ah, você nasceu em tal mês? Qual é o seu signo?” Com certeza alguém já fez essa pergunta para você. E certamente, em algum meio de comunicação (internet, rádio ou revistas), você já ouviu ou leu “qual a previsão do horóscopo do dia”.

A palavra horóscopo significa mapa da hora”. Então, para entender qual o signo, é preciso saber qual era a posição dos planetas do zodíaco quando você nasceu. Isso faz parte da astrologia, pseudociência baseada em crenças supersticiosas de que o movimento dos planetas, do Sol, da Lua, e das constelações tem impacto na vida e na personalidade dos indivíduos.

É considerada uma pseudociência porque não existem comprovações científicas o suficiente a respeito dessa área de conhecimento, pois mesmo fazendo o uso da matemática e da astronomia, a astrologia não se baseia completamente em evidências reais.

Mas o que a Igreja Católica diz sobre o horóscopo?

Aqui já vamos citar diretamente o Catecismo da Igreja Católicaque diz de forma taxativa que a atitude certa do cristão consiste em pôr-se com confiança nas mãos da Providência Divina, em tudo quanto se refere ao futuro, e em pôr de parte toda a curiosidade nociva a tal propósito.

Todas as formas de adivinhação devem ser rejeitadas: recurso a satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas supostamente ‘reveladoras’ do futuro. A consulta dos horóscopos, a astrologia, a quiromancia, a interpretação de presságios e de sortes, os fenômenos de vidência, o recurso aos ‘médiuns’, tudo isso encerra uma vontade de dominar o tempo, a história e, finalmente, os homens, ao mesmo tempo em que é um desejo de conluio com os poderes ocultos. Todas essas práticas estão em contradição com a honra e o respeito, penetrados de temor amoroso, que devemos a Deus e só a Ele. (CIC 2116)

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Ou seja, a Igreja rejeita categoricamente qualquer forma de adivinhação ou consulta aos astros pelos cristãos católicos, configurando um desejo privado dos bens temporais, que arruínam nosso coração e nossa alma.

Santo Agostinho, em seu famoso livro “Confissões”, ainda destaca que não existe relação entre o cristianismo e o horóscopo porque não se tem respaldo algum nessa crença. Isso porque, se fosse realmente verdadeiro, irmãos gêmeos, tal como Esaú e Jacó, seriam muito parecidos e ambos tiveram vidas completamente opostas.

“Ora, tal conceito é totalmente ilógico e contraria a fé cristã que somente a Deus cabe determinar e conduzir a vida humana”, disse o Doutor da Igreja.

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Na Palavra de Deus, diversas passagens condenam tais práticas, entre elas a de Isaías:

“Estás cansada de teus conselheiros: que se apresentem e te salvem os astrólogos que medem o céu e observam as estrelas, os quais todo mês te anunciam o que te vai acontecer. Eis que são como estopa, o fogo os consome; não se salvarão a si mesmos do poder das chamas. Não haverá brasas para se aquecer, nem fogo diante do qual se assentar”. (Is 47,13)

A astrologia se opõe totalmente com a verdade de fé de que Deus nos criou totalmente livres e, com essa liberdade, as decisões que tomamos afetam o nosso destino. Quando a astrologia leva a pensar que a vida dos humanos está determinada a ser de um jeito específico, por influência da posição dos corpos celestes quando a pessoa nasceu, tira totalmente a noção de liberdade.

Para sabermos mais do nosso futuro, busquemos o Cristo, “Aquele que era, que é e o que há de vir”. (Ap 1, 8)

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