“A paz é o resultado de ‘um processo lento e paciente’ que se constrói dia a dia e que é um direito fundamental do ser humano”
“Nenhuma guerra vale as lágrimas de uma mãe que viu seu filho ser mutilado ou morto; nenhuma guerra vale a perda da vida de um único ser humano, um ser sagrado criado à imagem e semelhança do Criador”, escreveu o papa Francisco hoje (10) na mensagem que enviou ao 6º Fórum de Paris sobre a Paz.
Na mensagem, assinada pelo cardeal Pietro Parolin, e divulgada hoje pela Santa Sé, o papa transmite a sua esperança de que este encontro, que visa fortalecer o diálogo entre todos os continentes para promover a cooperação e o diálogo internacional, “contribua para a construção de um mundo mais justo, solidário e pacífico”.
Francisco diz que este ano “o Fórum se realiza num contexto global extremamente doloroso” e por isso espera que “os compromissos assumidos incentivem o diálogo sincero, baseado na escuta dos clamores de todos aqueles que sofrem por causa do terrorismo, da violência generalizada e das guerras”.
Para o papa, são “flagelos que beneficiam apenas determinados grupos, alimentando interesses particulares, infelizmente muitas vezes disfarçados de intenções nobres”.
Segundo Francisco, a paz é o resultado de “um processo lento e paciente” que se constrói dia a dia e que é um direito fundamental do ser humano.
O papa Francisco fala na mensagem sobre as pessoas inocentes, incluindo as crianças, “que são privadas do direito fundamental e primário à vida e à integridade física e mental como consequência das hostilidades entre diferentes grupos ou países”.
“Quantas pessoas são privadas, em consequência de conflitos, dos direitos mais básicos, como o direito à água potável e à alimentação saudável, mas também o direito à liberdade religiosa, à saúde, a uma habitação digna, a uma educação de qualidade e a um trabalho digno?”, pergunta.
A mensagem denuncia também a situação em que muitas crianças se encontram, “obrigadas a participar em combates, carregando cicatrizes físicas, psicológicas e espirituais para o resto da vida”.
O direito à “autodefesa e a responsabilidade de proteger aqueles cujas vidas estão ameaçadas” é indispensável, ao mesmo tempo que se deve reconhecer que a guerra “é sempre uma derrota para a humanidade”. Ele também diz que “nenhuma guerra vale o desespero daqueles que são forçados a deixar sua terra natal”.
“A paz não se constrói com armas, mas através da escuta paciente, do diálogo e da cooperação”, acrescenta.
Finalmente, o papa Francisco reitera o seu apelo e o da Santa Sé para “silenciar as armas” em todo o mundo.