A tradição remonta ao século XVII, quando os servitas estabeleceram uma festa especial em setembro
Philip Kosloski / Aleteia
Ao longo dos séculos, cresceu o costume de dedicar certos meses do ano a temas espirituais específicos. Setembro ficou conhecido como o mês de Nossa Senhora das Dores.
À primeira vista, esta designação pode parecer estranha, pois Nossa Senhora das Dores está normalmente ligada à crucificação de Jesus, que, no ano litúrgico da Igreja, tem óbvia e direta relação com o tempo da Quaresma.
No entanto, já faz séculos que se consolidou em 14 de setembro a festa da Exaltação da Santa Cruz, assim explicada pelo Missal Diário de Santo André: “Originalmente, esta festa celebrava a descoberta da Santa Cruz por Santa Helena e, em 14 de setembro de 335, a consagração das basílicas construídas por Constantino nos locais do Santo Sepulcro e do Calvário em Jerusalém”.
Estes eventos históricos trouxeram para setembro uma particular meditação sobre a cruz de Jesus Cristo, e, no século XVII, desenvolveu-se a festa mariana complementar de 15 de setembro. Quem lhe deu início foram os servitas, que celebravam nessa data a festa solene das Sete Dores de Nossa Senhora. Em 1817, a festa foi estendida a toda a Igreja pelo Papa Pio VII. Já em 1912, o Papa São Pio X transferiu esta festa do terceiro domingo de setembro para a oitava da Natividade de Nossa Senhora, que é celebrada em 8 de setembro.
Nas suas origens, esta festa enfatizava mais os sofrimentos de Maria ao longo da sua infância, excluindo a Paixão de Jesus, seu Filho. Com o tempo, passou a representar todo o sofrimento de Maria ao longo de toda a sua vida, especialmente durante a Paixão de Jesus.
Por conta disso, o mês de setembro acabou ficando especialmente conhecido como um mês dedicado a Nossa Senhora das Dores.